CINTRASEUPOVO

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

VINHOS DA REGIÃO

VINHOS DA REGIÃO
A NOSSA REGIÃO SALOIA , TEVE UMA PRODUÇÃO DE VINHOS BASTANTE ELEVADA, MAS VOU FALAR DE TRÊS QUALIDADES BASTANTE APRECIADAS. VINHOS DE COLARES, DE CARCAVELOS E DE BUCELAS


COLARES, CARCAVELOS E BUCELAS SÃO TRÊS QUALIDADES DE VINHO DA REGIÃO SALOIA , DE DENOMINAÇÃO DE ORIGEM ( D.O.C. ), FICAM SITUADAS NA ÁREA QUE CIRCUNDA LISBOA E JÁ TEM LONGAS TRADIÇÕES VITINÍCOLAS. NA REGIÃO DE COLARES QUEM " MANDA " É O RAMISCO. É UMA CASTA TINTA QUE IMPRIME AO VINHO AS SUAS CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS E QUE SE ENCONTRA DESCRITO DESDE 1790.

SEGUNDO ALGUNS AUTORES, É PROVÁVEL QUE TENHA SIDO TRAZIDO DE FRANÇA NO SÉCULO XIII E HÁ MESMO QUEM DIGA QUE ESTE É O VINHO MAIS FRANCÊS QUE POSSUÍMOS.

A PAR DA CASTA, EXISTE UMA OUTRA CARACTERÍSTICA TÍPICA DESTA REGIÃO VINÍCOLA QUE É O FACTO DE A MAIOR PARTE DAS VINHAS SER PLANTADAS EM CHÃO DE AREIA. EMBORA TAMBÉM EXISTAM VINHAS PLANTADAS EM CHÃO RIJO, OS VINHOS COM DIREITO À CLASSIFICAÇÃO D.O.C. SÃO OS QUE PROVÊM DAS AREIAS. ESTE É UM TIPO DE CULTURA DE VINHA TRABALHOSO, QUE APRESENTA CUSTOS BASTANTES ELEVADOS E PRODUTIVIDADE MUITO BAIXA. HOJE JÁ SE UTILIZAM PROCESSOS TÉCNICOS MAIS AVANÇADOS, MAS ANTIGAMENTE ESTE TIPO DE CULTURA EXIGIA MUITA MÃO -DE-OBRA E CHEGAVA A COLOCAR EM RISCO A VIDA DAS PRÓPRIAS PESSOAS QUE NELA TRABALHAVAM, POIS PARA PLANTAR A VINHA EM CHÃO DE AREIA, É NECESSÁRIO ESCAVAR NA AREIA DE FORMA A CHEGAR AO BARRO , CHEGAVAM A FAZER-SE BURACOS DE ( 5 METROS ) DE PROFUNDIDADE. AS PESSOAS USAVAM UM CESTO POR CIMA DA CABEÇA COMO FORMA DE PROTECÇÃO, PARA O CASO DE HAVER ALGUM ABATIMENTO DE TERRA.

APESAR DE TODOS ESTES CONTRATENPOS, O FACTO DA EPIDEMIA DA FILOXERA NÃO TER CONSEGUIDO ATACAR AS VINHAS INSTALADAS NAS AREIAS, DEU-LHE UM GRANDE INCREMENTO. PENA QUE O MESMO NÃO SE POSSA DIZER DOS DIAS QUE CORREM, POIS MAIS DE MIL HECTARES DE VINHA EXISTENTE NO INICIO DO SÉCULO, PASSOU-SE A UMAS ESCASSAS DEZENAS NA ACTUALIDADE. É QUE PARA ALÉM DA POBREZA DOS SOLOS E DA BAIXA PRODUÇÃO, OS ENCARGOS COM O VINHO DE COLARES REFLECTEM-SE NO PROLONGADO ENVELHECIMENTO QUE A CASTA RAMISCO EXIGE. UMA CASTA QUE EM CONJUNTO COM O CLIMA TEMPERADO E MODERADAMENTE CHUVOSO ALIADO À PROXIMIDADE DO MAR E DA SERRA DE SINTRA, PRODUZ UM VINHO TINTO DE BELA COR RUBI, QUE COM O ENVELHECIMENTO SE TORNA LIGEIRAMENTE ACASTANHADO, UM POUCO AGRESSIVO QUANDO NOVO, É NECESSÁRIO DEIXÁ-LO AMADURECER PARA TOMAR O AROMA DELICADO.

A REGIÃO DE COLARES TEM VINHOS BRANCOS, PROVENIENTES DA CASTA MALVASIA E QUE SÃO CARACTERÍSTICOS POR SEREM SECOS ENCORPADOS, TÍPICO DA REGIÃO.

PRETENDO RECORDAR O PAPEL DE EXCELÊNCIA DOS VINHOS DA CENTENÁRIA REGIÃO DEMARCADA DE COLARES COMO A IMPORTÂNCIA DESTE LEGADO CULTURAL E PATRIMONIAL DO CONCELHO DE SINTRA.

A HISTÓRIA DO VINHO DE COLARES É ANCESTRAL E MUITO PECULIAR COMEÇANDO PELO CULTIVO DAS CEPAS EM SOLO ARENOSO E A SOBREVIVÊNCIA À PRAGA DA FILOXERA QUE ATINGIU FORTEMENTE AS CASTAS DAS VINHAS EUROPEIAS NO FINAL DO SÉCULO XIX . A SINGULARIDADE DA REGIÃO E A QUALIDADE DOS SEUS VINHOS ACABARIAM POR SER CONSAGRADOS EM CARTA DE LEI A 18 DE SETEMBRO DE 1908, QUANDO FINALMENTE SE CONSTITUIU A REGIÃO DEMARCADAS DE COLARES.


VINHOS COM HISTÓRIA

A ÁREA QUE CORRESPONDE GEOGRAFICAMENTE À REGIÃO DEMARCADA DE COLARES ABRANGE AS FREGUESIAS DE COLARES, SÃO MARTINHO E SÃO JOÃO DAS LAMPAS, ENTRE A SERRA DE SINTRA E O OCEANO ATÂNTICO . NÃO SE CONHECEM REGISTOS EXACTOS DA PLANTAÇÃO DAS PRIMEIRAS VINHAS, SENDO A REFERÊNCIA MAIS ANTIGA UMA CARTA FORAL DE SINTRA, DO ANO DE 1154. A PRODUÇÃO DE VINHO NESTA REGIÃO CONHECE UM VERDADEIRO IMPULSO JÁ NO SÉCULO XVI, NO REINADO DE D. MANUEL I , QUE ATRIBUIU FORAL A COLARES A 10 DE NOVEMBRO DE 1516, AUMENTANDO ASSIM OS PRIVILÉGIOS DOS AGRICULTORES ALI ESTABELECIDOS.

FINALMENTE , A PARTIR DE 1865, O VINHO DE COLARES TEM UM CRESCIMENTO BASTANTE SIGNIFICATIVO , NUMA ALTURA EM QUE AS VINHAS DE TODO O PAÍS FORAM DEVASTADAS PELA FILOXERA. DEVIDO AO CULTIVO EM CHÃO DE AREIA, A PRAGA NÃO ATINGIU AS PLANTAÇÕES DA REGIÃO CUJA PRODUÇÃO VIRIA A DAR LUGAR AO PRINCIPAL VINHO DE MESA DO PAÍS.

A FAMA ALCANÇADA ACABOU POR TRAZER EFEITOS NEGATIVOS, NOMEADAMENTE ESPECULAÇÕES NOS PREÇOS E IRREGULARIDADES POR PARTE DOS COMERCIANTES NA DESTRIBUIÇÃO DESTES VINHOS . AS MEDIDAS QUE PERMITIRAM TRAVAR ESTES ABUSOS VIERAM MAIS TARDE, A 10 DE MAIO DE 1907. NESSA ALTURA, FOI APROVADO UM DIPLOMA COM NORMAS QUE DEFENDIAM A PUREZA DOS VINHOS DE DIVERSAS REGIÕES PORTUGUESA E REGULAMENTAVA A ORGANIZAÇÃO DAS COMISSÕES DE VITICULTURA, O REGISTO DE PRODUTORES E EXPORTADORES BEM COMO AS QUANTIDADES EXPORTADAS. A REGIÃO DEMARCADA DE COLARES SERIA OFICIALMENTE INSTITUÍDA JÁ EM PLENO REINADO DE D. MANUEL II , PELA CARTA DE LEI DE 18 DE SETEMBRO DE 1908. A PUBLICAÇÃO DESTA E DE OUTRAS LEIS FAVORÁVEIS AO ASSOCIATIVISMO INCENTIVOU OS VINHATEIROS DE COLARES A FUNDAREM A ADEGA DE COLARES EM AGOSTO DE 1931. FICOU ENTÃO DEFINIDO QUE QUEM DELA FIZESSE PARTE PODERIA GARANTIR AO CONSUMIDOR A AQUISIÇÃO DO VERDADEIRO VINHO DE COLARES.

ESTA ADEGA TEM UM GRANDE SIGNIFICADO NESTA REGIÃO, NÃO SE POUPANDO A ESFORÇOS NA TENTATIVA DE RECUPERAR O ESTATUTO DESTE VINHO QUE FAZ PARTE DA PRÓPRIA HISTÓRIA DE PORTUGAL. EM RELAÇÃO AO FUTURO, DIZIA JOSÉ VICENTE PAULO, QUE <<>>. NO ENTANTO, NA SUA OPINIÃO, A NOVA VITICULTURA NADA TEM A VER COM A QUE SE FAZ EM COLARES. <<>>. ADIANTA VICENTE PAULO. E ACRESCENTA AINDA: <<>>. A PROXIMIDADES DAS VINHAS AO MAR E ÁS GRANDES CIDADES DITOU A QUASE EXTINÇÃO DA RAMISCO, DEVIDO AO ALARGAMENTO DA CONSTRUÇÃO À FALTA DE MÃO-DE-OBRA E À FRACA RENTABILIDADE DO CULTIVO. AS VINHAS DE RAMISCO, QUE EM TEMPOS ERA DAS MAIORES .

VINHOS DE CARCAVELOS

VINHO LICOROSO, DELICADO, DE COR TOPÁZIO, AVELUDADO, COM UM CERTO AROMA AMENDOADO, ADQUIRINDO UM PERFUME ACENTUADO E CARACTERÍSTICO COM O ENVELHECIMENTO.
CONSIDERADO POR ALGUNS UM VERDADEIRO NÉCTAR DOS DEUSES, A PRODUÇÃO DO VINHO DE CARCAVELOS DATA DO TEMPO DE MARQUÊS DE POMBAL E É UM DOS QUATRO VINHOS GENEROSOS EXISTENTES NO PAÍS.
EM TEMPOS MAIS AFAMADO QUE O DO PORTO E O DA MADEIRA, A SUA POUCA EXPANSÃO TERÁ SIDO RESPONSÁVEL POR UM CONSIDERÁVEL ANONIMATO, SE COMPARARMOS COM OS ATRÁS REFERIDOS.



VINHO DE BUCELAS
FAMOSA HÁ VÁRIOS SÉCULOS PELO SEU VINHO BRANCO, A REGIÃO DEMARCADA DE BUCELAS SITUA-SE A CERCA DE 18KM DE LISBOA.
É AÍ QUE VAMOS ENCONTRAR O CHÃO DO PRADO, UMA PEQUENA QUINTA NA MESMA FAMÍLIA HÁ VÁRIAS GERAÇÕES, ACTUALMENTE COM 8 ha DE VINHA DESTINADOS Á PRODUÇÃO DE VINHOS ESPUMANTES
BUCELAS DOC.
O PRODUTOR, ANTÓNIO JOÃO PANEIRO PINTO, DESCENDE DE QUATRO GERAÇÕES DE VITICULTORES QUE ESTIVERAM NA GÉNESE DE ALGUNS DOS GRANDES BUCELAS PRODUZIDOS DESDE FINAIS DO SÉ.XIX.
EMBORA A CASTA PREDOMINANTE DO VINHO DE BUCELAS SEJA O ARINTO, ESTE DEVE INCLUIR TAMBÉM AS CASTAS ESGANA CÃO E RABO DE OVELHA, PARA CONSERVAR A SUA TIPICIDADE.




AS VINHAS DO CHÃO DO PRADO, TODAS INSTALADAS EM TERRENOS CALCÁRIOS, FORAM ENCEPADOS COM 85% DE ARINTO, 10% DE ESGANA CÃO E 5% DE RABO DE OVELHA.
O CHÃO DE PRADO ESTÁ INSERIDO NUM PROGRAMA DE PRODUÇÃO INTEGRADA QUE ,PARA ALÉM DE FOMENTAR A LIMITAÇÃO DOS ORGANISMOS NOCIVOS Á VINHA POR MÉTODOS NATURAIS, PROMOVE A CONSERVAÇÃO DOS SOLOS E O RESPEITO PELO AMBIENTE.
















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