CINTRASEUPOVO

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A ETNOGRAFIA E AS FORMAS DE RECONSTITUIÇÃO DAS TRADIÇÕES

No folclore Português o rancho folclorico as Macanitas de Torcena em Oeiras é o único que ostenta o trajo de polvorista onde o vimos com o seu canéco que carregava a polvora dentro da fábrica da polvora de Barcarena ao lado encontra-se o ferra bestas era o homem que ferrava os animais .
Os saloios no mercado onde trocavam conversas e bebiam um copo para acalmar a alma

O saloio enquanto o seu gado pastava ele entretia-se com a sua flauta de cana a maioria feita pelo próprio.

Desde os começos do século x1x, a formação de ranchos folclóricos foi nas sociedades europeias e norte americanas a forma preferida de representar as tradições de uma vivência social que desaparecia com o avanço da sociedade industrial moderna e o aumento da mobilidade das populações.

Divagações sobre a sua evolução, ( folclore ). Pretendendo-se preservar as tradições populares nas suas mais diversas manifestações culturais e artísticas, mormente a música, a dança, o trajo, as lendas e provérbios, normal seria que para designar o seu estudo, inventariação e divulgação se recorresse a termos originais da própria lingua nacional e não, como é o caso, a uma importação ou empréstimo linguístico.
Em geral, todos os grupos folclóricos afirmam representar os usos e costumes das gentes da sua terra ou região, a um tempo que remonta aos finais do século x1x. Porém , na realidade, poucos o fazem, sucedendo que a sua maioria inclui elementos temporalmente mais próximo de nós, nomeadamente no traje e modas.

As formas de trajar sempre tiveram uma importância vital na identificação social, cultural e profissional dos povos . Antes de se chegar á " standartização " dos nossos dias, em que quase toda a gente veste o mesmo tipo de roupa, existia a possibilidade de se conhecerem inúmeras características de uma pessoa pelo trajo que envergava. Hoje em dia, embora essa possibilidade ainda se verifique em algumas situações, é muito mais dificil de se conseguir.
Nas classes mais endiheiradas havia grandes preocupações quanto á riqueza das roupas.
As várias modas que foram surgindo ao longo dos tempos, com maior ou menor ostentação e riqueza. Mais ou menos vistosas, espelhavam, sobretudo nas classes altas, a própria evolução social e cultural. E sublinhavam também a maior ( ou menor ) abastança dos próprios paìses. Por outro lado, há que levar em linha de conta a protecção do corpo contra as alterações climatéricas e ambientais. Terá sido mesmo essa a primeira preocupação do homem quando começou a cobrir o corpo.
As várias alterações estéticas que os homens impuseram nas suas formas de trajar, essas sim, variavam já consoante a sua própria cultura, o que influenciava os gostos e os costumes.
Ressalta pois que da preocupação puramente protectora, o vestuário foi assumindo carácter de diferenciação social e económica e, obrigatóriamente, cultural.
Em Portugal não se pode afirmar que tenha havido grandes diferenças em relação aos restantes paíes da europa.
Contudo há ( e houve ) aspectos identificadores de cada país e dentro deste de cada região. Outra vez a cultura e o clima de maõs dadas na definição de modas, costumes e hábitos de trajar.
Na zona da capital Portuguesa, os " campónios " têm uma denominação própria, são os saloios e podemos afirmar que foi possivel, durante muitos anos, destinguir um saloio ( rural ) de um citadino , através da roupa que envergava, não é, decerto, o único traço distintivo destas gentes, mas é, obviamente, aquela que primeiro se nota, sem se poder, destinguir um trajo própriamente saloio, é , no entanto, possivel afirmar um conjunto de características que definem a roupa que o saloio mais comumente enverga, que a chamada domingueira ou a outra que usa diariamente na sua labuta camponesa.
Muito mais há para falar sobre a maneira de trajar de um saloio , mas fica para outra altura.

sábado, 14 de agosto de 2010

"JOGO" DO PAU


Poderei falar um pouco do jogo do pau :
Não se trata de um jogo nem de uma arte marcial, mas sim de uma " briga ".
Trata-se apenas de uma demonstração que normalmente em todos os bailes na região saloia acontecia, por causa das raparigas e dos namoricos, e depois de um copo a mais lá acontecia porrada e paulada até alguém mais afoito para apartar a dita zaragata, seguindo novamente o bailarico até ás tantas. no dia seguinte tudo o que se passou no bailarico era tema de conversa nas tabernas e nos rios onde as mulheres lavavam a roupa.
Os ranchos de folclore fazem demonstrações de modas antigas , tanto bailadas e cantadas e outras também sao inventadas por eles ( o que é pena isso acontecer ) pois deveriam ter mais cuidado nas suas pesquizas.
Mas os ranchos deveriam fazer outras demonstrações etnográficas em palco , assim como : Maneiras de comportamento dos saloios para com as raparigas , zaragatas , desfolhadas na eira, canto ao gado, cantos na sementeira, vindimas entre outras demonstrações que o poderiam fazer , mas os ranchos vão pelo mais fácil é dançar no palco e mal , o que nada abona o nome do nosso folclore.

OUTROS TEMPOS OUTRAS VIDAS


Não vai muito longe em que Lisboa acordava, logo após as primeiras luzes da aurora, ao som do vozerio os saloios apregoando por toda a idade os bens essenciais trazidos do termo com que nutriam as gentes da cidade.

A pé ou em seus burricos, os saloios formavam um tipo sui-generis de graça e cor que há muito o alfacinha se habituara a não dispensar. Lisboa não era só a tagana varina canastreira, mas igualmente a alcandorada saloia garrida. Uma e outra davam vida e movimento ao bem títipo espírito popular.

Neste estudo, apenas indicarei os pregões saloios que Lisboa foi ouvindo ao longo dos tempos, em especial nos últimos 100 anos que vão dos meados do século xix até cerca de 1960. Contudo, não se deve esquecer, como informa Júlio de Castilho, que os pregões de Lisboa são muito antigos e que já no século xvi eram apregoados os produtos vindos nas naus da Índia.

Em 1980 ainda se ouvia, por uma ou outra ruela dos bairros alfacinhas, a voz de uma ou outra velha varina, tentando perpetuar os seus encantadores mas já moribundos pregões ... Mesmo hoje, em 2010, ainda ouço quase fantasmagoricamente, tal a raridade, os pregões de um amolador de facas e tesouras ou de um vendedor ambulante de mantilhas e capachos. São raridades etnográficas em rápida extinção ...

Mas vamos aos pregões que recolhi .


ÁGUA: Áá-Áá ! -Áúúú ! -- Á-ú ! - Áááuga !

ALECRIM : Mér-c Àlecriiim ! --- Mérc-c ò mólho d, alecriiim !

ALHOS : Mér-c á réstia d, ààlhos nóóvos !

AMÊIJOAS : Quem quér a -mêêi-joas, pr, à àrrõz ? ! Amêêijoas pr, àrrôôz !

AMORAS : Riic àmóra da hóórta -- Amóóra - friia !

PITRÓLINO : Azeite, petróleo e vinagre : Azêêêti dôôci ! Aa-zêite dôôce ! Óh -pritróliine

Azêite dôô-ci bom vináágre ! Óh petroliiii-ne ...

AZEITONAS : A trinta réis ô salamiin ! Quem quer azêitõonas nóóóvas ? déz tostões

salamiim ! Quem quer azêitõonas nóóóvas ?!

BROAS : Nem p,lô Natal ... há brõa igual ! Ó meniinas, vinde comprár as brõas do Manél

que curam a tosse -- e sábem a mél !

VASSOURAS, ABANOS,CHAPÉUS DE PALHA :

O abano fáz ô bento - bis, par, ácender ô fôgão ..., báárre, báárre, bassourinha

bis , bassourinha bárr, ô chão ..., Ólh, ò lindo cestinho !!!

FAVAS : Fáva tôrradinha ! fááá-va rii-ca !

FIGOS : Quem quér fiigos, quem quér álmôcáár ? Quem quér fiigos de capa rôôta ?!

Óh figuinhu de capa rôôta !... Quem quér fiigos -, quem quér álmôçáár...!

GALINHAS : Éh ! Galiiinhas! Mérca frâangos! Galiiiiiii-nhas ! Quem nas quér i com ôvo ?!

HORTALIÇAS: Ólh,à cou-ve lombar-da! ; Mérc,à mão de náá-bos! Méérc,ò mólho de náábos

Ólh,ó timááti , quem quér timáááti ? O móó-di cinou-las... Côrteirão de

pimentos ... Ólh, àlfácia, quem quér àlfáácia ? Cá estão nábos, cenouras,

tomátes ou pepinosi tud,ô mais que a hórta dá !

LARANJAS : Mééc, à la-rããnja da chii-na ! Quem quér larããnjas nóóvas ?! é do rããmo!...

Quem quér laranja bõõa ? !

LEITE : Éóóó, chêga lá vaquiii-nha, chêêga ! então estás a fazer-te esquerda ? !

( estas palavras, este pregão de 1900 eram dirigidas á vaca que o saloio trazia

até á porta da freguesa leite mais fresco não havia ... este uso de vender leite

levando as vacas ou as cabras ás portas dos compradores, terminou em 1920,

com proibição imposta por lei, apesar de não serem raras as transgressões. )

MARMELOS : Óólha ô marméé-lo - assadiinho nô fôrno ! Quem quér - ôs ricos marmelos -

assadiinhos no fôrno ? !!!

MELANCIA : Mérc-c ò par de melancii-as ! Mérc-c ò par de melõões ! É da váárzia ...

Melanci, á fááca !

MEXILHÃO : I-érre,I-érre, me-xi-lhão ! prá patroa i pró patrão!


MORANGOS : Mérc-c ò cabáz de môran-gos ! Ólhós môrããngos ! são de Siintra !


OVOS : Mérc' à dúzia de óóvos !


PÃO : Pãizinhos quentinhos -- com linguiiça !


PÊRAS : A vintém o quarteirão ! -- Quem acáb' às pê-ras ? !


PERÚS : Méér-c ' ó casál de perús !... Perú salôôi-ô ! É sa-lôôiô !!!


QUEIJO SALOIO : Méérca ô quêi-jo sa-lôôio ! Quem n'ô quér salôôio ? Ái ! Ô quêi-jô

salôôio ...! Óh quêêijô frêês-co !


REBUÇADOS : A tôstãão , cada matacãão !


TREMOÇOS : Óh tremôô-ço saalôôio ! tremôôç ' salôôi-ô ! -- tremôô-çôs salôôi-ôs !


UVAS : A quin-ze réis - Quem acá-b'àzúú-vas ?! Quem quér úvas de vi-nha !

Quem quér bôô-as úúvas !


Os saloios, depois de venderem as hortaliças e terem almoçado, encetavam o regresso ao termo percorrendo as ruas da cidade apregoando : léév' às fôôlhas - léév' às cááscas ... E as donas de casas davam as sobras imprestáveis do que haviam comprado, pois " não ficavam com lixo em casa ", o qual se destinava aos animais da horta.





quarta-feira, 4 de agosto de 2010

GRAVURAS DE LISBOA

ESPERTEZA SALOIA

SALOIOS NA FEIRA DAS MERCÊS

ESPERTEZA SALOIA



Origem:Esperteza” é um substantivo formado a partir do adjectivo expertus, que, em latim clássico, significa experimentado, que deu provas e, em latim medieval, era a forma contracta de expergitus “acordado”, particípio perfeito de expergere. Uma pessoa esperta é, por isso, aquela que, por não estar nem com sono, nem a dormir, se apercebe de tudo o que se passa à sua volta. A palavra acabou por adquirir, em português, o sentido figurado de inteligente, perspicaz, arguto e também o sentido pejorativo de ladino, finório.



Já para “saloio” são apontadas, duas hipóteses justificativas da sua origem: uns defendem que vem do nome do primeiro patriarca hebreu, Salé; outros dizem que a palavra surgiu após a conquista de Lisboa aos mouros, em 1147. Como estes fazem orações que denominam de çala ou salab, passaram a ser chamados saloios. Com o tempo, saloio tornou-se designação dos habitantes dos arredores de Lisboa, que, há muito tempo atrás, eram, exclusivamente, aldeões. O termo acabou por se tornar sinónimo de indivíduo rústico, isto é, que desconhece normas de comportamento e de etiqueta, que não tem bom gosto ou que age de forma manhosa e velhaca.



É este último sentido que está subjacente à expressão em análise. Os aldeões, sabendo que não tinham grande instrução, temiam ser enganados pelos da cidade, sobretudo pelos “alfacinhas”. Por isso, os saloios recorriam sempre a diversas artimanhas para ludibriar os seus parceiros de negócios (ou, pelo menos, para não se deixarem levar). Mas, estas manobras eram tão simples, tão ingénuas, por norma, logo acabavam desmascarados.



TANTOS SIGNIFICADOS DE ( SALOIO )

A GUERRA CIVIL PORTUGUESA


A gerra civil Portuguesa (1828-1834)


A Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) ocorre no quadro da crise sucessão ao trono Português (1826-1839) que opôs o partido cartista, constitucionalista, ou liberal, liderado pelo ex-imperador D. Pedro I do Brasil, e ex-rei D Pedro IV de Portugal, auto-proclamado regente do Reino em nome de sua filha a princesa do Grão-Pará, D. Maria da Glória de Bragança, depois D Maria II, rainha de Portugal e o partido tradicionalista, legitimista, ou absolutista, encabeçado por D. Miguel, rei de Portugal Em causa estava a determinação do princípe com legitimidade para assumir o trono de Portugal, mas havia também um fundo conflito ideológico entre, de um lado, os que defendiam que a legitimidade dinástica emanava de decisões pessoais do rei, com poder inclusive para outorgar ao povo uma Carta Constitucional (pedristas), e do outro, a ideia de que os reis são investidos segundo as Leis fundamentais do reino e através da representação nacional reunida em Cortes (miguelistas).



As invasões francesas no buçaco


1. A preparação:


Rememorar a batalha do Buçaco, é sempre um acto patriótico, porque é lembrar páginas brilhantes da história do exército português, que tão valorosamente combateu. ao lado dos não menos heróicos soldados ingleses, vertendo o seu sangue para libertar o solo da Península do jugo napoleónico.


Por isso, vamos, mais uma vez; reeditar a descrição dessa batalha tão notável nos faustos heróicos da Guerra Peninsular, pois a 2.ª edição, de 1910, está há muito esgotada.


Caíra Ciudad Rodrigo, após 24 dias de sítio; capitulara Almeida depois de 14 dias de uma honrosa resistência, e esta capitulação teve lugar porque à explosão dum paiol de pólvora destruíra as suas muralhas; e, a estes dois desastres, o exército anglo-luso assistira sem tentar prestar o auxílio, que as guarnições daquelas praças tanto pediram!


Este procedimento do comandante em chefe do exército anglo-luso. lançara a maior consternação na Espanha e em Portugal; e, na própria Inglaterra o partido contrário ao governo ia ganhando terreno na opinião pública, que protestava contra a tibieza e inércia com que Wellington dirigia as operações.


No próprio exército inglês lavrava um rumor surdo contra o chefe, e que podia de um para o outro momento traduzir-se em qualquer acto grave de indisciplina.


Tornava-se indispensável fazer rosto ao inimigo. A batalha do Buçaco impunha-se sob o tríplice ponto de vista material, moral e político.


A posição era formidável e o general inimigo, vindo sempre a seguir o exército anglo-luso, do Côa ao Criz, não hesitaria em atacar de frente aquela posição.


O ardente e impetuoso génio de Massena não se harmonizava com uma manobra.


Senhor de Ciudad Rodrigo e de Almeida, que Massena ia converter numa base de aprovisionamento, indispensável para as ulteriores operações, o general francês invadiu Portugal em três colunas.


O general Reynier, comandante do 2.° corpo de exército, cujo efectivo era de 15.359 homens e 2.709 cavalos, entrou pela Beira, dirigindo-se por Alfaiates ao Sabugal, que ocupou no dia 13 de Setembro, entrando na Guarda no dia 15, onde estabeleceu o seu quartel general.


O 6.° corpo, sob o comando de Ney, e cujo efectivo era de 23.172 homens e 2.947 cavalos, transpôs o Côa no dia 15, ficando o corpo principal em Freixedas, a vanguarda em Alverca e a cavalaria em Maçal do Chão.


O 8.° corpo, sob o comando de Junot, com um efectivo de 16.772 homens e 3.652 cavalos, passou o Côa no dia 16 em Porto de Vide, estacionando o corpo principal em Pinhel e a vanguarda em Valbom.


Este corpo de. exército marchou pela estrada de Pinhel – Trancoso – Tojal e Viseu.





Os franceses nas suas invasões



A instalação do governo-geral e a fundação de Salvador atrapalharam o contrabando de pau-brasil feito pelos franceses. Estes resolveram fundar duas colônias, no Brasil: a primeira, no Rio de Janeiro, que se chamaria França Antártica; a segunda, no Maranhão, que se chamaria França Equinocial. Franceses no Rio de Janeiro Em 1555, no governo de Duarte da Costa, uma esquadra francesa comandada por Nicolau Durand de Villegaignon desembarcou no Rio de Janeiro, na ilha de Sergipe, hoje Villegaignon, na entrada da Baía de Guanabara. Os franceses aliaram-se aos índios tamoios e fundaram o forte de Coligny. Duarte da Costa não consegui expulsar os franceses. Estes só foram expulsos no governo de Mem de Sá, com reforços de Portugal comandados por Estácio de Sá e com a ajuda de índios amigos, chefiados pelo cacique Araribóia. Franceses no Maranhão Expulsos do Rio de Janeiro, os franceses voltaram a se estabelecer no litoral Norte. Em 1612, o chefe dos franceses, Daniel de la Touche, Senhor de la Ravadière, desembarcou na Baía do Maranhão. Ali erguem o forte de São Luís, onde deveriam fundar uma nova colônia, a França Equinocial. Os franceses fundaram o forte de São Luís (atual capital do Maranhão), que recebeu esse nome em homenagem ao rei da França. Os franceses foram expulsos do Maranhão por reforços de Portugal chefiados por Alexandre de Moura. Também ajudou nessa expulsão o mestiço Jerônimo de Albuquerque, que cercou os franceses por terra. Estácio de Sá, que trouxe reforços de Portugal para expulsar os franceses, iniciou a construção de um forte junto ao Pão de Açúcar. Daí surgiu a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Estácio de Sá, durante os ataques aos franceses, morreu atingido por uma seta envenenada. Os franceses aliaram-se aos índios tamoios, que lhes forneciam água, lenha, frutos, carne de caça e pesca, além de ajudarem na construção de casas e do forte.





Corria o mês de Dezembro do ano de 1807 quando, por determinação de Napoleão Bonaparte, Portugal foi invadido por tropas francesas que passaram a dominar militar e politicamente as principais cidades, incluindo a capital, Lisboa. Tratava-se de uma tentativa pela força de impedir a preponderância dos ingleses em território nacional.

Apesar da partida do monarca português para o Brasil, a insurreição lusa, todavia, demoraria apenas alguns meses até se iniciar: em Junho de 1808, a revolta iniciada no Porto alastrava-se a diversos pontos nevrálgicos do País, correndo rumores que a Inglaterra preparava um desembarque de tropas para auxiliar os revoltosos contra os franceses.

O tenente-general Arthur Wellesley e as tropas sob o seu comando sairiam de Inglaterra a 12 de Julho de 1808 com o objectivo de desembarcar na costa portuguesa, ao mesmo tempo que seguia um outro corpo de tropas britânicas para auxiliar a insurreição da Andaluzia.

Coimbra já tinha formado o seu governo civil e militar tomando, por sua vez, a importante decisão de criar condições de comunicação com os ingleses e auxiliar no seu futuro desembarque. Com estes objectivos foi incumbido o estudante da Universidade e sargento de Artilharia, Bernardo António Zagalo, tomando como ponto de partida a tomada do Forte de Santa Catarina da Figueira da Foz e o consequente aprisionamento dos soldados franceses ali estacionados.

Zagalo partiu de Coimbra a 25 de Junho de 1808, acompanhado por cerca de 40 voluntários, 25 dos quais estudantes daquela Universidade. Este grupo dividir-se-ia em dois destacamentos, o primeiro comandado pelo próprio académico Zagalo e o segundo dirigido por Inácio Caiola, seguindo respectivamente pela margem direita e margem esquerda do rio Mondego.

À medida que avançavam a eles se juntavam grupos de cidadãos, engrossando esta fileira de voluntários. Reunidos de novo em Montemor-o-Velho, Bernardo Zagalo contava já com o apoio de cerca de 3.000 homens resolutos que entraram na Figueira da Foz a 26 de Junho, surpreendendo os cerca de uma dezena de franceses que circulavam na vila, bem como o próprio governador nomeado pelo francês Junot. Rapidamente cercaram o Forte de Santa Catarina, não permitindo qualquer comunicação com o seu exterior, com o objectivo de fazerem com que os soldados ali estacionados se rendessem com a falta de mantimentos.

Os soldados franceses ainda tentariam usar as munições, mas os seus movimentos seriam compreendidos e nenhum dos portugueses que os cercavam seria atingido. .

Dada a ordem de rendição, a resposta obtida por parte do comandante, o tenente-engenheiro português Cibrão, seria negativa, alegando que a sua rendição colocaria a sua própria família em perigo, pois que se encontrava nas mãos dos franceses
em Peniche.

Zagalo
aguardaria até ao dia 27 de Junho, data em que faria nova proposta de rendição, com a garantia de partida do comandante e franceses para Peniche, embora sem balas e pólvora.

Cibrão aceitaria finalmente a capitulação, tendo Zagalo mandado de imediato arriar a bandeira francesa, substituindo-a pela bandeira portuguesa.

Fundeado já o navio de Arthur Wellesley ao largo da Figueira, a decisão de início do desembarque das suas tropas, num número aproximado de 13.000 homens, seria tomada para o 1º de Agosto.

O desembarque seria realizado nas praias do Cabedelo com inúmeras dificuldades dadas as más condições do mar, mas com o auxilio da população e das suas pequenas embarcações acabaria por se concluir a 5 do mesmo mês, sem que se registasse a perda de qualquer embarcação britânica, nem de qualquer soldado.

A partir deste ponto as forças britânicas encaminhar-se-iam em direcção a Leiria, onde entraram a 11 de Agosto, partindo dois dias depois para Alcobaça, depois Caldas da Rainha. No dia 17 a marcha seguiria em direcção a Roliça encontrando aí as forças francesas comandadas por Delaborde. Este combate representaria o início da derrota do domínio napoleónico em Portugal, forçando-se a saída de Junot após a sua derrota na Batalha do Vimeiro, ocorrida a 17 de Agosto e que o levaria a assinar a Convenção de Sintra.


terça-feira, 3 de agosto de 2010

JOGOS TRADICIONAIS

JOGOS TRADICIONAIS PORTUGUESES

Grande parte dos jogos e brincadeiras tradicionais que encantam e fazem parte do cotidiano de várias

gerações de crianças estão desaparecendo na atualidade devido às transformações do ambiente urbano,

da influência da televisão e dos jogos eletrônicos. Pesquisas atuais mostram a importância de resgatar

os jogos tradicionais na educação e socialização da infância, pois brincando e jogando a criança

estabelece vínculos sociais, ajusta-se ao grupo e aceita a participação de outras crianças com os

mesmo direitos.Obedece às regras traçadas pelo grupo, como também propõe suas modificações.

Aprende a ganhar, mas também a perder. Na experiência lúdica, a criança, assim como o adulto,

cultiva a fantasia, vivencia a amizade e a solidariedade, traços fundamentais para se desenvolver uma

“cultura solidária” na sociedade brasileira atual.Este artigo aborda a origem do universo lúdico das

crianças brasileiras, a partir dos escritos e pinturas dos viajantes estrangeiros entre os séculos XVI e

XIX e obras literárias

Na sociedade contemporânea, grande parte dos jogos tradicionais infantis - ciranda cirandinha,

cabra-cega, barra manteiga, queimada, jogo de pião, pedrinhas, amarelinha, entre outros - que

encantam e fazem parte do cotidiano de várias gerações de crianças, estão desaparecendo devido à

influência da televisão, dos jogos eletrônicos e das transformações do ambiente urbano, ou seja, as

ruas e as calçadas deixaram de ser os espaços para a criança brincar. Nesse sentido, este texto pretende

observar tais aspectos, abordando o universo lúdico infantil e considerando ainda a contribuição

oferecida por depoimentos de escritos dos viajantes estrangeiros, dos folcloristas e de obras literárias

referentes a esse assunto.

Pesquisas atuais mostram a importância dos jogos tradicionais na educação e socialização da

criança, pois brincando e jogando a criança estabelece vínculos sociais, ajusta-se ao grupo e aceita a

participação de outras crianças com os mesmos direitos. Obedece, ainda, às regras traçadas pelo grupo,

como também propõe suas modificações;

FICA AQUI ALGUNS JOGOS

1 – Jogo do Sapo,

2 – Jogo das Malhas de ferro e de madeira,

3 – Jogo de destreza,

4 – Jogos das Patelas com elástico,

5 – Jogo das Patelas com batentes,

6 – Jogo do campo furado,

7 – Jogo do Burro Deitado,

8 – Jogo do Assalto ao Castelo,

9 – Jogo da Farinha,

10 – Jogo dos objectos pares,

11 – Jogo da Bilha,

12 – Jogo da Tracção com corda linear e quadrangular,

13 – Jogo Salta às Cordas,

14 – Jogo de Enrolar com água ou areia,

15 – Jogo do Pião,

16 – Jogo da Cabra Cega,

17 – Jogo da Barra do Lenço,

18 – Jogo do Lencinho vai na Mão,

19 – Jogo da Dança da Laranja,

20 – Jogo do Arco,

21 – Jogo do Galo,

22 – Jogo dos Pés Atados,

23 – Jogo da Corrida de Sacos,

24 – Jogo da Colher e do Ovo,

25 – Jogo dos Bilros

Jogos Tradicionais que poderão ser praticados por todas as idades pois, além de conterem situações muito diferenciadas, utilizam materiais fáceis de encontrar ou de construir: Para a criança são importantes, na medida em que solicitam diferentes capacidades e estimulam a sua imaginação ao permitirem várias adaptações. São também jogos que muitas vezes as crianças, depois de os aprenderem, jogam espontaneamente. Além disso, é fundamental que elas os conheçam, pois fazem parte da nossa cultura e seria uma pena que se perdessem.
Neste espaço vamos dar apenas alguns exemplos de Jogos Tradicionais Portugueses. Existem publicações que lhes são dedicadas e que oferecem um leque muito maior de situações.

Jogo da malha

Material: 4 malhas de madeira, ferro ou pedra (duas para cada equipa); 2 pinos (paus redondos que se equilibrem na vertical).
Jogadores: 2 equipas de 2 elementos cada.
Jogo: Num terreno liso e plano, são colocados os pinos, na mesma direcção, com cerca de 15/18 metros de distância entre eles. Cada equipa encontra-se atrás de um pino. Joga primeiro um elemento de uma equipa e depois o da outra, tendo como objectivo derrubar ou colocar a malha o mais perto do pino onde está a outra equipa, lançando-a com uma mão.
Pontuação: 6 pontos por cada derrube, 3 pontos para a malha que fique mais perto do pino. Quando uma equipa atinge 30 pontos, ganha. Uma partida pode ser composta por três jogos, uma equipa para vencer terá de ganhar dois.

Jogo dos bilros

Material: 1 bola de trapos ou madeira; 9 bilros (pinos); 1 bilro maior (o vinte).
Jogadores: Equipas com o mesmo número de jogadores cada uma.
Jogo: Num terreno liso e plano formam-se três colunas, de três bilros cada, com os bilros mais pequenos, estando todos separados cerca de 15 centímetros. O bilro grande coloca-se no prolongamento da coluna central, distando dos outros cerca de 30 centímetros e estando separado por um risco feito no chão.
As equipas devem encontrar-se a uma distância dos bilros que irá de 6 a 8 metros. Um jogador de cada vez lança a bola de forma a que esta role pelo chão, tentando derrubar os bilros.
Pontuação: 20 pontos pelo derrube do bilro diferente; 2 pontos pelo derrube de um bilro pequeno se este não ultrapassar o risco, se o fizer o derrube vale 10 pontos. Ganha a equipa que fizer primeiro 100 pontos. Cada partida pode ser composta por três jogos, uma equipa para vencer terá de ganhar dois.

Jogo da vara

Material: Varas. O número de varas é de menos uma em relação ao número de participantes.
Jogadores: Número variável.
Jogo: Espetam-se as varas no chão, os participantes alinham, atrás de uma marca, de costas voltadas para as varas. Após um sinal, dado por alguém que não esteja a jogar, cada jogador corre para tentar apoderar-se de uma vara. O jogador que não o conseguir é eliminado, os outros dirigem-se novamente para a marca de partida e o jogo prossegue com cada vez menos varas até que reste só um jogador, que será o vencedor.

Jogo da tracção com corda em linha

Material: 1 corda e 1 lenço (deverá estar atado a meio da corda).
Jogadores: 2 equipas com o mesmo número de jogadores cada uma.
Jogo: Num terreno plano e livre de obstáculos, duas equipas com forças equivalentes, seguram, uma de cada lado e à mesma distância do lenço, uma corda. Entre as equipas, antes de começar o jogo, traça-se ao meio uma linha no chão. O jogo consiste em cada equipa puxar a corda para o seu lado, ganhando aquela que conseguir arrastar a outra até o primeiro jogador ultrapassar a marca no chão. É também atribuída a derrota a uma equipa se os seus elementos caírem ou largarem a corda. Não é permitido enrolar a corda no corpo ou fazer buracos no solo para fincar os pés.

Jogo da péla à parede

Material: 1 bola de trapos (péla).
Jogadores: Um contra um ou dois contra dois.
Jogo: Cada jogador bate a bola com a mão sucessivamente contra a parede, sem parar e sem a deixar cair no chão. Se jogam em equipa, bate um jogador e depois outro, alternadamente.
Quando a bola cai no chão, começa, o jogador adversário ou a outra equipa a jogar. Ganha aquele jogador ou equipa que conseguir bater maior número de vezes com a péla na parede. Pode lançar-se o mais alto que se quiser.

Jogo da corrida de sacos

Material: Sacos de serapilheira ou plástico grosso, em número igual ao dos participantes.
Jogadores: número variável.
Jogo: É marcado um percurso no chão com uma linha de partida e uma meta. Todos os concorrentes se colocam atrás da linha de partida. Ao sinal de partida, cada um entra para dentro do seu saco, segura as abas com as mãos e desloca-se em direcção à meta. Ganha aquele que chegar primeiro.
Variantes: Equipas de três jogadores, colocando-se dois lado a lado, o terceiro enfia as pernas nos sacos onde os outros já se encontram metidos (um em cada saco), abraçando-os.
As restantes regras são iguais às da corrida individual.

Todos estes jogos são passíveis de sofrerem adaptações, consoante o material que temos disponível, o terreno a utilizar; o número de jogadores e a própria imaginação das crianças que é sempre de explorar.

Jogo da cabra cega

Jogam várias crianças. É necessário um lenço ou pano para amarrar à volta dos olhos de uma das crianças que será a cabra-cega.

As crianças colocam-se de mãos dadas formando uma roda. A cabra-cega fica no seu centro da roda, de cócoras e com os olhos tapados com uma venda.
A seguir inicia-se um diálogo entre as crianças que estão na roda e a Cabra-cega.

“Cabra-cega, donde vens?”
“Venho da Serra.”
“O que me trazes?”
“Trago bolinhos de canela.”
“Dá-me um!”
“Não dou.”
Então, as crianças que se encontram na roda dizem em coro:
“Gulosa, gulosa, gulosa... “ (repete-se até a Cabra-cega agarrar alguém)

A Cabra-cega levanta-se e tenta apanhar uma criança da roda. Se apanhar alguém, as crianças calam-se todas e a Cabra-cega tem de adivinhar, apalpando com as mãos, quem é a (o) colega que apanhou.
Quando acertar, fica esse (a) a ser a Cabra-cega.

Por vezes, nesta variante da roda, as crianças podem estar silenciosas. Mas, então, a roda não se pode mexer do sítio. Antes de ir à procura de alguém, a cabra-cega dá três voltas sobre si mesma.

Noutra variante, as crianças espalham-se pelo espaço previamente definido e que não pode ser muito grande. A cabra-cega, com os olhos tapados, tenta agarrar uma outra criança qualquer. Todas as crianças se deslocam pelo espaço e aproximando-se e afastando-se da cabra-cega para a desorientar com o ruído dos seus deslocamentos enquanto cantam: “Cabra-cega! Cabra-cega! Tudo ri, mãos no ar, a apalpar, tactear, por aqui, por ali. Tudo ri! Cabra-cega! Cabra-cega! Mãos no ar, apalpando, tacteando, por aqui, por ali, agarrando o ar! Tudo ri...”. Também lhe podem tocar nas costas.

Quem for agarrado pela cabra-cega passa para o seu lugar. Se a cabra-cega sair do espaço marcado, deve ser avisada.

Antes dos jogadores se dispersarem, pode haver este diálogo:

- “Cabra-cega o que perdeste?”
- “Uma agulha.”
- “Fina ou grossa?”
- “Fina” (ou então grossa)
- “Então anda achá-la“

Por vezes, a cabra cega, depois de agarrar alguém, tem de adivinhar quem agarrou. Só se acertar é que trocam de lugar, caso contrário tem de continuar. Para adivinhar quem a agarrou a cabra cega passa as mãos pelo cabelo e cara dessa criança.

Existe também a cabra cega com stop. Todos se deslocam no espaço definido, mas quando a cabra cega grita “stop”, todos se imobilizam. A cabra cega procura então os jogadores e tem de adivinhar a identidade de quem agarrou, trocando de lugar com ele(a), se acertar.

Jogo da Macaca

Desenhar a macaca no solo, com um objecto pontiagudo ou com giz. Numerar as casas de um a oito. O espaço em volta da casa número um é a terra, e o espaço número oito é o céu.

A primeira criança lança a patela, para a casa número um. Se a patela tocar no risco ou sair para fora, a criança perde a vez, e jogará a seguinte. Se a patela ficar dentro da casa, a criança terá que fazer o percurso para a apanhar. Esse percurso consiste em saltar ao pé-coxinho de casa em casa, excepto na que tem a patela. Nas casas três/quatro e seis/sete, a criança terá que saltar com os dois pés ao mesmo tempo. Chegando às casas seis/sete salta, rodando no ar, sobre si mesmo caindo nas mesmas casas. Reinicia agora o percurso inverso até chegar à casa anterior, que tem a patela e apanhá-la, equilibrando-se apenas num pé.

Se a criança conseguir alcançar de novo a terra, volta a lançar a patela, desta vez para a casa número dois, e realiza novamente o percurso. Se falhar, passa a vez à criança seguinte, e na próxima jogada partirá da casa onde perdeu.

Todas as vezes que o percurso for realizado da casa um à oito, a criança terá de fazer o percurso novamente, mas agora no sentido inverso, ou seja, do céu até à casa número um. No entanto, neste percurso inverso, a criança salta apenas até à casa onde está a patela. Por exemplo, se a patela estiver na casa número dois, o jogador vai até às casas três/quatro, apanha a patela e volta para o céu.

Quando estes dois percursos forem completos, a criança saltará ao pé-coxinho as casas um, dois, quatro, cinco, sete, seis, cinco, três, dois e um.

Posteriormente, faz-se o percurso todo caminhando, com a patela em cima do peito do pé. Seguidamente, torna-se a fazer o mesmo percurso, saltando ao pé-coxinho, sem a patela, mas de olhos fechados, perguntando aos colegas: “Queimei?”. Se o jogador pisar a linha, diz-se, “Queimaste”, caso contrário, continua a fazer o percurso, podendo apenas abrir os olhos nas casas seis/sete.

Finalmente, terminado este percurso, a criança vai até ao céu e, de costas, atira por três vezes, a patela para a macaca, caso acerte no interior de uma casa, assinala-a com uma cruz, e coloca o seu nome.

Caso contrário, cede a vez ao colega. Nas casas que já estiverem assinaladas, só o jogador que lá tiver o nome é que as pode pisar, ou caso tenha a permissão do dono dessa casa.

É de salientar que quando uma criança perde numa determinada casa, quando voltar a jogar é dessa casa que recomeça. O jogo termina quando todas as casas estiverem assinaladas, isto é “está feita a macaca”. Ganha o jogador que possuir mais casas, ou seja, mais macacas.

Jogo do Lencinho

Mais de seis crianças colocam-se em roda, com as mãos atrás das costas. Uma outra criança, escolhida anteriormente, corre à volta e por fora da roda feita pelos colegas com um lenço na mão. O centro da roda é o local de castigo: o choco.

Ninguém na roda pode olhar para trás, podendo apenas espreitar por entre as suas pernas quando o jogador com o lenço passa. Quando a criança que tem o lenço entender, deixa-o cair discretamente atrás de um dos companheiros da roda e continua a correr.

Se, entretanto, o colega da roda descobrir que o lenço está caído atrás de si apanha-o e tenta agarrar o outro que, continuando a correr, tenta alcançar o lugar que foi deixado vago na roda pelo primeiro. Se não o conseguir agarrar, continua o jogo, correndo à volta da roda e indo deixar o lenço atrás de outro. Se o conseguir agarrar, o que corria de lenço na mão vai de castigo para o choco, sendo a “pata choca”. No choco, tem de estar de cócoras.

Pode acontecer que a criança da roda não repare que o lenço caiu atrás de si. Se assim acontecer, a que corre, depois de dar uma volta completa à roda, alcança o lenço no local onde o deixou cair. Neste caso, passa o primeiro para o choco tornando-se a “pata choca”. A criança que corria com o lenço na mão continua, deixando cair o lenço atrás de outro.

Aquele que avisar outro que o lenço está atrás de si vai igualmente para o choco. Um jogador só se livra do choco quando um outro jogador para lá vai (no choco só pode estar uma “pata choca”). Também se livra do choco se conseguir apanhar o lenço caído atrás de alguém. Neste caso, esse alguém vai para o choco.

Embora seja mais difícil de acontecer, quem corre com o lenço na mão pode deixá-lo cair dentro da roda, atrás da “pata choca”. Esta deve apanhar o lenço, como qualquer criança da roda e perseguir o outro, saindo pelo buraco por onde foi atirado o lenço. Se apanhar o corredor, passa este para o choco. Se não o apanhar, continua o jogo com o lenço na mão, entrando o outro na roda. Se o corredor der uma volta inteira antes da “pata choca” ter apanhado o lenço, esta passa a dupla “pata choca” e deve levantar um braço. Se passar a tripla, deve levantar os dois braços e se passar a quádrupla, levanta os dois braços e uma perna. Este último caso é muito difícil de acontecer.

É vulgar que a criança que corre cante, repetidamente, uma das seguintes estrofe:

"O lencinho está na mão,
Ele cai aqui ou não,
quem olhar para trás
leva um grande bofetão.”

ou

“ O lencinho vai na mão,
vai cair ao chão,
quem olhar para trás
leva um grande bofetão”

ou

“ Lencinho cai cai,
ele está para cair,
Quem olhar p'ra trás
leva um bofetão”

Jogo do anel

Antes de tudo, escolhe-se quem vai ser o portador do anel. Ele põe o anel (ou outra coisa pequena) entre suas mãos, que estão encostadas uma na outra.
Os outros jogadores ficam um ao lado do outro, com as palmas das mãos encostadas como as do portador do anel.
O portador passa as suas mãos no meio das mãos de cada um dos jogadores, deixando cair o anel na mão de um deles sem que ninguém perceba.
Quando tiver passado por todos os jogadores, o portador pergunta a um deles: "Quem ficou com a anel ?".
Se acertar, é o novo portador do anel. Se não, paga a prenda (castigo) que os jogadores mandarem.
O portador repete a pergunta até alguém acertar. Quem acertar será o novo portador do anel.