Desertificação
em Portugal
Portugal é um dos países
europeus com maior risco de desertificação. Esse risco é praticamente nulo nas
regiões acima do rio Tejo,
mas abaixo do mesmo esse risco torna-se evidente. As províncias do Alentejo e Algarve sofrem uma
grande pressão hidrográfica devido à falta de pluviosidade, prática agrícola excessiva
(Alentejo), e demasiadas infraestruturas turísticas (Algarve).
Na província alentejana, para combater a falta de pluviosidade, foi construída a barragem do Alqueva (não foi a única razão para a sua construção), de modo a criar o maior lago artificial da Europa.
Há muito que se
fala na desertificação de Lisboa e que é preciso estancar a sangria de
habitantes da cidade. Pois muita gente tem abandonado a cidade “estranhos”
seres que se fartou desta cidade e vai “fazer a sua vida para outro lado”. Uma
oportunidade para desviarem os olhos dos números e atentarem nas causas da
debandada. Uma oportunidade para refletirem, portanto. Se quiserem, claro.
Os motivos são muitos, que conduziram a um mais poderoso e decisivo: deixaram de gostar de viver em Lisboa. Por outro lado, pretendem ter filhos e não acham que Lisboa seja um bom sítio para educar os seus filhos.
Lisboa tornou-se uma cidade muito pouco amiga dos lisboetas (e dos não lisboetas).
O processo de descaracterização, de destruição de uma memória importante de Lisboa, continua imparável, sob a argumentação de que se trata de demolir prédios sem valor arquitetónico especial. A reconstrução de acordo com a traça original é a exceção nesta cidade. E o resultado está à vista.
Lisboa parece estar em obras desde o grande terramoto de 1755. Vejo outras cidades da Europa e não vejo este disparate de obras por todo o lado.
(A construção de novos prédios não pára em Lisboa. Coisa estranha: a cidade continua a perder muitos habitantes, mas vão sendo construídos cada vez mais prédios...)
As obras incomodam. Demoram demasiado tempo. São barulhentas. São, com muita frequência, feitas à balda colocando em causa a segurança dos transeuntes. Depois de concluídas, por vezes os materiais, as areias, os estragos feitos, as restrições à passagem de pessoas permanecem muito tempo. Parece não haver ninguém para fiscalizar tudo isto.
Mas não são apenas as obras que tornam desagradável a vida na cidade. Em Lisboa, há muito tempo que o automóvel é rei e senhor da cidade. Em consequência, a urbe tem vindo a assistir a um processo contínuo de desumanização.
Em Lisboa, é dada prioridade ao estacionamento automóvel em detrimento da qualidade de vida dos habitantes da cidade.
Lisboa é uma
cidade insegura. Não falo de insegurança relacionada com o crime. Falo do
elevado risco de atropelamento que se verifica um pouco por toda a cidade. A
começar nos atropelamentos nos próprios passeios (onde os automóveis, para
estacionar, fazem manobras - sempre perigosas), passando pelos atropelamentos
nas faixas de rodagem, de peões que não podem circular nos passeios ocupados, e
a acabar nos atropelamentos em plenas passagens de peões. A própria câmara
aumenta o risco de atropelamento em inúmeros locais, como este, onde autoriza
ilegalmente o estacionamento automóvel a menos de cinco metros das passadeiras,
criando novos problemas de segurança.
Lisboa é uma cidade suja. Os primeiros responsáveis são, naturalmente, os próprios lisboetas, que não primam pelo civismo. Chega a ser deprimente ver pessoas a atirar lixo para o chão perante a total indiferença da polícia.
E como este artigo não pretende, nem de perto nem de longe, ser um diagnóstico dos problemas da cidade de Lisboa (nem eu teria competência para o fazer), fico-me por aqui.
O problema da desertificação de Lisboa é grave. Lisboa tem assistido a uma razia da população activa. As estatísticas dizem-nos que a maior parte dos que ficaram em Lisboa já não fazem parte dos que trabalham. A cidade tem, por isso, cada vez menos receitas de impostos. Com menos receitas, os problemas de Lisboa agravam-se... Com a debandada, e uma vez que nenhum governo de Lisboa teve a coragem para impedir tudo isto que tem acontecido na cidade, então aumenta o número de veículos a entrar diariamente na cidade e a qualidade de vida degrada-se ainda mais... Conseguirá a cidade sair deste círculo vicioso?
Quem tiver a possibilidade de ir viver para um sítio melhor, por que razão haveria de continuar a viver numa cidade que despreza e marginaliza, milhares de lisboetas?
Á muitos tempo que se deixou de ouvir os pregões dos lisboetas e dos saloios , " outros tempos ", hoje em lisboa " Martin Moniz , São Jose, e toda a Mouraria só temos lojas em que os donos são de todas as étnias, menos portuguesa , é assim que a nossa cultura de Lisboa deste povo bairrista se vai desertificar também.
Lisboa é uma cidade suja. Os primeiros responsáveis são, naturalmente, os próprios lisboetas, que não primam pelo civismo. Chega a ser deprimente ver pessoas a atirar lixo para o chão perante a total indiferença da polícia.
E como este artigo não pretende, nem de perto nem de longe, ser um diagnóstico dos problemas da cidade de Lisboa (nem eu teria competência para o fazer), fico-me por aqui.
O problema da desertificação de Lisboa é grave. Lisboa tem assistido a uma razia da população activa. As estatísticas dizem-nos que a maior parte dos que ficaram em Lisboa já não fazem parte dos que trabalham. A cidade tem, por isso, cada vez menos receitas de impostos. Com menos receitas, os problemas de Lisboa agravam-se... Com a debandada, e uma vez que nenhum governo de Lisboa teve a coragem para impedir tudo isto que tem acontecido na cidade, então aumenta o número de veículos a entrar diariamente na cidade e a qualidade de vida degrada-se ainda mais... Conseguirá a cidade sair deste círculo vicioso?
Quem tiver a possibilidade de ir viver para um sítio melhor, por que razão haveria de continuar a viver numa cidade que despreza e marginaliza, milhares de lisboetas?
Á muitos tempo que se deixou de ouvir os pregões dos lisboetas e dos saloios , " outros tempos ", hoje em lisboa " Martin Moniz , São Jose, e toda a Mouraria só temos lojas em que os donos são de todas as étnias, menos portuguesa , é assim que a nossa cultura de Lisboa deste povo bairrista se vai desertificar também.
Talvez valesse a
pena reflectirem sobre tudo isto e tomarem decisões corajosas. Mas politicos com to....m...es , onde estão eles ?
Lisboa tem
muitas coisas boas? Com certeza que sim. Lisboa tem "cantos"
soberbos? Sem dúvida. Lisboa ainda é uma cidade muito bonita? Sim, é verdade.
Mas o mau acaba de a matar.
Adeus, Lisboa. As melhoras.
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