PALÁCIO EM SINTRA |
VENDEDEIRA DE QUEIJADAS |
As queijadas aparecem nesses documentos ao lado de outros produtos alimentares, nomeadamente cereais ( em grão ou sob forma de pão ), bolos, ovos, manteiga e animais destinados á alimentação : cabritos, carneiros, porcos , galinhas .
em 1227, « uns casais » em Manique, são arrendados ao Mosteiro de São Vicente de Fora, por « dois moios de pão meado, um carneiro, uma dúzia de queijadas e um púcaro de manteiga ».
VENDEDEIRA DE QUEIJADAS DE 1850 |
O Casal do Rebolo, em Almargem do Bispo, é arrendado, em 1481, ao Convento da Trindade por « cem alqueires de trigo e noventa de cevada ; um porco de dois anos e uma dúzia de queijadas ».
Em 1490, data o arrendamento do Casal dos Sete Sizos, em Rio de Mouro , ao Convento de Santo Eloi, por « dois moios de pão meado e um carneiro de um ano , um cabrito, doze bolos e doze queijadas ».
Para além destes documentos, Tude Martins de Sousa analisou também alguns dados estatísticos relativos à cidade de Lisboa, referentes ao ano de 1552, dos quais consta que « do termo de Lisboa iam continuamente 200 mulheres a vender leite, queijos frescos, natas, queijadas e requeijões e que na Ribeira havia 50 mulheres a que chamavam regateiras, que vendiam laranjas e queijos frescos, manteiga fresca e limões », avaliando-se em mais de 4000 cruzados o valor dos produtos, supondo-se que nesses arredores « certo a Sintra caberia uma boa parte ».
Estas referências permitem-nos concluir que no século XIII as queijadas de Sintra eram já um produto alimentar de grande importância , que até figurava como forma de pagamento de foros.
Existem actualmente oito fabricantes de queijadas de Sintra seis das quais na Vila de Sintra e dois em Mem Martins, são eles : a FABRICA DAS VERDADEIRAS QUEIJADAS DA SAPA, na volta do duche.
A PASTELARIA PIRIQUITA, na vila velha.
A PASTELARIA GREGÓRIA, na estefânia.
CASA DO PRETO, em chão-de-meninos .
E AS PASTELARIAS MONSERRATE E TIROL DE SINTRA, AMBAS NA ESTEFANIA.
Em Mem Martins, o fabrico de queijadas, é destinado essencialmente á venda ambulante por Eugénia e Maria Augusta, nenhuma destas marcas de queijadas foi até hoje separada da familia ou da casa que a criou. Em cada uma das sucessivas gerações das familias ligadas às queijadas da Sapa, da Piriquita, do Gregório ou do Preto.
A PASTELARIA PIRIQUITA, na vila velha.
A PASTELARIA GREGÓRIA, na estefânia.
CASA DO PRETO |
E AS PASTELARIAS MONSERRATE E TIROL DE SINTRA, AMBAS NA ESTEFANIA.
Em Mem Martins, o fabrico de queijadas, é destinado essencialmente á venda ambulante por Eugénia e Maria Augusta, nenhuma destas marcas de queijadas foi até hoje separada da familia ou da casa que a criou. Em cada uma das sucessivas gerações das familias ligadas às queijadas da Sapa, da Piriquita, do Gregório ou do Preto.
Contudo desde a lendária Maria Sapa com quem se iniciou a industrialização do fabrico das queijadas, em 1756, e cuja marca se manteve até aos nossos dias. Maria Sapa residente em Ranholas, fabricava nessa altura vinte dúzias de queijadas por dia os seus clientes eram fidalgos, que a caminho de Sintra faziam uma paragem em Ranholas aproveitando essa paragem saboreavam umas queijadas.
O miolo
A massa do recheio das queijadas -- o miolo -- como é designada localmente consiste na mistura de queijo de vaca fresco, açucar, gemas de ovo, farinha de trigo e um pouco de canela. O queijo e os ovos são os ingredientes principais destes bolos, que lhes conferem a sua especialidade em relação a outros tipos de queijadas.
A cozedura
Enchidas as cascas, segue-se a cozedura. Há muito que os fornos eléctricos substituiram os de lenha e que as pás de madeira, com as quais se introduziam e se retiravam as queijadas do forno depois de cozidas , deram lugar aos tabuleiros de metal. No passado , para aquecer os fornos utilizava-se a lenha que resultava da limpeza da serra de Sintra ( a mesma que servia para as padarias e pastelarias da região ) talvez por isso hoje haver tantos fogos , não se limpam as matas porque a lenha não serve para nada , a não ser só para as lareiras de casa.
De seguida as queijadas são acomodadas em embrulhos de papel em lotes de meia dúzia, unidas duas a duas pela superficie superior, separadas por quadradinhos de papel para não se colarem umas á outra, esta operação dá-se a designação de empapelar ou acasalar. A forma como as queijadas são dispostas duas a duas bem como o modo como se embrulham mantêm-se inalteráveis desde há mais de um século.
CASCA --massa fina e estaladiça que envolve as queijadas
CORTAR --recortar a massa que se destina à casca das queijadas em circulos de dimensão pré-estabelecida.
EMBORCAR --significa inverter as queijadas com a superficie superior virada para baixo , á saida do forno, de modo a ficarem lisas enquanto arrefecem.
EMBRULHAR -- depois de empapeladas ou acasaladas, as queijadas são embrulhadas em lotes de meia dúzia.
ENCHER -- colocar o recheio das queijadas nas respectivas cascas, operação em que se utiliza uma espécie de funil em zinco com o bico um pouco mais largo.
ENCOVAR -- designação que corresponde ás queijadas cujo recheio vai baixando á saida do forno, à medida que arrefecem, formando uma cova no meio.
ERGUER -- unir cada uma das partes das rodelas de massa recortadas e golpeadas de modo a formar o invólucro da queijada.
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