CINTRASEUPOVO

segunda-feira, 27 de junho de 2011

CANTIGAS DE RODA

Cantigas de roda, cirandas ou brincadeiras de roda são brincadeiras infantis, onde tipicamente as crianças formam uma roda de mãos dadas e cantam melodias folclóricas, podendo executar ou não coreografias acerca da letra da música. São uma grande expressão folclórica, e acredita-se que pode ter origem em músicas modificadas de um autor popular ou nascido anonimamente na população. São melodias simples, tonais, com âmbito geralmente de uma oitava e sem modulações. O compasso mais utilizado é o binário, porém não raramente também o ternário e o quaternário. Entre as cantigas de roda mais conhecidas estão Roda pião, Triste viuvinha, O cravo e a rosa, Ciranda-Cirandinha , Atirei o pau ao gato, A Borboleta, A Machadinha, Linda falua, O Papa acorda, O Lenço. Em outras palavras, Cantigas de Roda é um tipo de canção infantil popular relacionada às brincadeiras de roda. Nesse sentido carregam uma melodia de ritmo limpo e rápido, favorecendo a imediata assimilação. Estão incluídas nas tradições orais em inúmeras culturas. 
 Incorporando elementos das culturas  européia (principalmente portuguesa e espanhola)  Na matriz  pelo fato de serem passadas de geração à geração. Atreladas ao acto de brincar, consistem em formar um grupo com várias crianças (ou adultos), dar as mãos e cantar uma música com características próprias, com melodia e ritmo equivalentes à cultura local, letras de fácil compreensão, temas referentes à realidade da criança ou ao seu imáginário, e geralmente com coreografias. As cantigas  em Portugal e Espanha. As cantigas de roda são de extrema importância para a cultura de um país. Através delas dá-se a conhecer costumes, o cotidiano das pessoas, festas típicas do local, comidas, brincadeiras, paisagem, crenças. Normalmente tem origens antigas e muitas versões de suas letras, pois vão sendo passadas oralmente pelas gerações.



MÚSICA
A barata diz que tem
Sete saias de filó.
É mentira da barata,
Ela tem é uma só.

(bis)
Ah! Ah! Ah!
Oh! Oh! Oh!
Ela tem é uma só!

A barata diz que tem
Uma cama de marfim.
É mentira da barata,
Ela tem é de capim.

(bis)
Ah! Ah! Ah!
Oh! Oh! Oh!
Ela tem é de capim!

A barata diz que tem
Um sapato de fivela.
É mentira da barata,
O sapato é da mãe dela.

(bis)
Ah! Ah! Ah!
Oh! Oh! Oh!
O sapato é da mãe dela!


ORGANIZAÇÃO Em roda ou livre.
COMO BRINCAR As crianças cantam e, de mãos dadas, vão rodando ao ritmo da canção. Quando chegam no verso “Ah! Ah! Ah! / Oh! Oh! Oh!”, elas se soltam, param de rodar e fingem dar risadas. Depois, você pode estimular a garotada a criar outras coreografias para essa canção.



ATIREI O PAU AO GATO
Os pequenos giram e cantam, mas o que mais eles gostam é de imitar o berro do gato

MÚSICA
Atirei o pau ao gato-to,
Mas o gato-to não mor reu-reu-reu.
Dona Chica-ca  assustou-se-se
Com  o berro, com o berro que o gato deu:
Miau!

Acentado à chaminé-é-é
Veio uma pulga-ga
Mordeu-lhe um pé-é-é
Ó ela chora ó ela grita
Ò vais-te embora
Pulga maldita


PARTICIPANTES No mínimo dois.
ORGANIZAÇÃO Em roda.
COMO BRINCAR As
crianças cantam e rodam. No final, agacham e gritam “miau!”




CIRANDA, CIRANDINHA A meninada recita um verso no fim da música. Quem conhece as quadrinhas mais bonitas?


MÚSICA
Ciranda, cirandinha,
Vamos todos cirandar.
Vamos dar a meia-volta,
Volta e meia v amos dar.

O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou.
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou

Por isso, dona Ana,
Entre dentro dessa roda,
Diga um verso bem bonito,
Diga adeus e vá-se embora.


PARTICIPANTES No mínimo três.
ORGANIZAÇÃO Em roda.
COMO BRINCAR As
crianças giram e cantam. No verso “Por isso, dona Ana”, elas colocam o nome de um colega, que entra na roda e, assim que termina a canção, recita um verso.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

POPULAR OU FOLCLÓRICO ?


POPULAR  OU  FOLCLÓRICO ?
O folclore é popular, mas segundo grandes estudiosos do assunto como Luís da Câmara Cascudo, Leite Vasconcelos e entre outros, nem tudo que é popular é folclórico.
Para um costume ser considerado folclore é preciso ter origem anónima, ou seja, não se saber ao certo quem o criou . Deve ser aceite e praticado por um grande nùmero de indivíduos, também precisa resistir ao tempo e ser passado de geração em geração. A transmissão ? De boca em boca enfim, no dia a dia .
A palavra folclore é aceite internacionalmente desde 1878 . A expressão apareceu pela primeira vez na imprensa publicada na revista The Athenaeum, há cerca de 150 anos. O texto, do arqueólogo inglês William John Thoms, propunha o estudo de culturas diversas. O autor sugeria a junção das palavras  folk (povo ) e lore ( sabedoria ) para designar tal ocupação.
O folclore é o conjunto das criações de uma comunidade cultural, baseadas nas tradições de um grupo ou indivíduos, que expressam sua identidade cultural e social, além das normas e valores que se transmitem .
Ficou como referência às tradições , costumes e superstições das classes populares de um povo.
Hoje em dia  a palavra folclore é tratado como gozo ( sim goso ) ora vejamos, os políticos qualquer coisa dizem isto é folclore, muitas pessoas ignorantes na matéria, veem qualquer roupa nas montras, ou outro objecto que não gostam dizem isto é folclórico, dizem sem saber a tamanha asneira que estão a dizem, sem saber
o que a palavra folclore quer dizer, estes portugueses que dizem isso são os ignorantes da sociedade moderna, mas o grande problema são os nossos políticos até mesmo os que estão á frente dos pelouros da cultura. É realmente muito preocupante ouvir essa gentinha dizer a palavra folclore sem saberem o que ela significa. Seus bois ( á perdão ) queria dizer tratem os bois pelos nomes.
Meus amigos folcloristas temos que ter cuidado pois se quem está á frente da cultura não sabe o significado da palavra folclore, o melhor é sair desse cargo, porque aí não faz falta nenhuma.

 Não gostam de folclore ? pelo menos respeitem-no

O folclore é uma tradição de um povo,  que é o vosso .  

SÓ  ENFIA  O BARRETE  QUEM  QUER.

QUEIJADAS DE SINTRA


PALÁCIO  EM SINTRA
História de um doce regional , queijadas como forma de pagamento de foros.

VENDEDEIRA DE QUEIJADAS
A história das queijadas de Sintra remonta à idade Média, desde o século XIII que um produto designado por queijadas figura como forma de pagamento de foros, por contratos de arrendamento de casais situados na região de sintra, numa área que compreende Rio de Mouro, Almargem do Bispo e se estende até Queluz, de um lado e até Cascais do outro. numa conferência intitulada Manteiga de Sintra, realizada em Sintra, em 1935, Tude Martins de Sousa refere documentos arquivados na Torre do Tombo que testemunham a utilização das queijadas como moeda de pagamento em contratos estabelecidos entre 1227 e 1585.

As queijadas aparecem nesses documentos ao lado de outros produtos alimentares, nomeadamente cereais ( em grão ou sob forma de pão ), bolos, ovos, manteiga e animais destinados á alimentação : cabritos, carneiros, porcos , galinhas .
em 1227, « uns casais » em Manique, são arrendados ao Mosteiro de São Vicente de Fora, por « dois moios  de pão meado, um carneiro, uma dúzia de queijadas e um púcaro de manteiga ».
VENDEDEIRA DE QUEIJADAS  DE 1850
 O Casal do Rebolo, em Almargem do Bispo, é arrendado, em 1481, ao Convento da Trindade por  « cem  alqueires  de trigo e noventa de cevada ; um porco de dois anos e uma dúzia de queijadas ».
Em 1490, data o arrendamento  do Casal dos Sete Sizos, em Rio de Mouro , ao Convento de Santo Eloi, por « dois moios de pão meado e um carneiro  de um ano , um cabrito, doze bolos e doze queijadas ».
Para além destes documentos, Tude Martins de Sousa analisou também alguns dados estatísticos relativos à cidade de Lisboa, referentes ao ano de 1552, dos quais consta que  « do termo de Lisboa iam continuamente 200 mulheres a vender leite, queijos frescos, natas, queijadas e requeijões e que na Ribeira havia 50  mulheres a que chamavam regateiras, que vendiam laranjas e queijos frescos, manteiga fresca e limões », avaliando-se em mais de 4000 cruzados o valor dos produtos, supondo-se que nesses arredores « certo a Sintra caberia uma boa parte ».

Estas referências permitem-nos concluir que no século XIII as queijadas de Sintra eram já um produto alimentar de grande importância , que até figurava como forma de pagamento de foros.
Existem actualmente oito fabricantes de queijadas de Sintra seis das quais na Vila de Sintra e dois  em Mem Martins, são eles : a FABRICA DAS VERDADEIRAS QUEIJADAS DA SAPA, na volta do duche.


 A PASTELARIA PIRIQUITA, na vila velha.

 A PASTELARIA GREGÓRIA, na estefânia. 

CASA  DO PRETO
CASA DO PRETO,  em chão-de-meninos .

 E AS PASTELARIAS MONSERRATE E TIROL DE SINTRA, AMBAS NA ESTEFANIA.

 Em Mem Martins, o fabrico de queijadas, é destinado essencialmente á venda ambulante por Eugénia e Maria Augusta, nenhuma destas marcas de queijadas foi até hoje separada da familia ou da casa que a criou. Em cada uma das sucessivas gerações das familias ligadas às queijadas da Sapa, da Piriquita, do Gregório ou do Preto.

Contudo desde a lendária Maria Sapa com quem se iniciou a industrialização do fabrico das queijadas, em 1756, e cuja marca se manteve até aos nossos dias.  Maria Sapa residente em Ranholas, fabricava nessa altura vinte dúzias de queijadas por dia os seus clientes eram fidalgos, que a caminho de Sintra faziam uma paragem em Ranholas aproveitando essa paragem saboreavam umas queijadas.


O miolo
A massa do recheio das queijadas -- o miolo -- como é designada localmente consiste na mistura de queijo de vaca fresco, açucar, gemas de ovo, farinha de trigo e um pouco de canela. O queijo e os ovos são os ingredientes principais destes bolos, que lhes conferem a sua especialidade em relação a outros tipos de queijadas.


A cozedura
Enchidas as cascas, segue-se a cozedura. Há muito que os fornos eléctricos substituiram os de lenha e que as pás de madeira, com as quais se introduziam e se retiravam as queijadas do forno depois de cozidas , deram lugar aos tabuleiros de metal. No passado , para aquecer os fornos utilizava-se a lenha que resultava da limpeza da serra de Sintra ( a mesma que servia para as padarias e pastelarias da região ) talvez por isso hoje haver tantos fogos , não se limpam as matas porque a lenha não serve para nada , a não ser só para as lareiras de casa.
Empapelar e embrulhar
De seguida as queijadas são acomodadas em embrulhos de papel em lotes de meia dúzia, unidas duas a duas pela superficie superior, separadas por quadradinhos de papel para não se colarem umas á outra, esta operação dá-se a designação de empapelar ou acasalar. A forma como as queijadas são dispostas duas a duas bem como o modo como se embrulham mantêm-se inalteráveis desde há mais de um século.

CASCA --massa fina e estaladiça que envolve as queijadas
CORTAR --recortar a massa que se destina à casca das queijadas em circulos de dimensão pré-estabelecida.
EMBORCAR --significa inverter as queijadas com a superficie superior virada para baixo , á saida do forno, de modo a ficarem lisas enquanto arrefecem.
EMBRULHAR -- depois de empapeladas ou acasaladas, as queijadas são embrulhadas em lotes de meia dúzia.
ENCHER -- colocar o recheio das queijadas nas respectivas cascas, operação em que se utiliza uma espécie de funil em zinco com o bico um pouco mais largo.
ENCOVAR -- designação que corresponde ás queijadas cujo recheio vai baixando á saida do forno, à medida que arrefecem, formando uma cova no meio.
ERGUER -- unir cada uma das partes das rodelas de massa recortadas e golpeadas de modo a formar o invólucro da queijada.
   
 
  PREGÃO :  OLHA  A BELA  QUEIJADINHA  DE  SINTRA !...

vila de sintra

quinta-feira, 16 de junho de 2011

FESTA ESPIRITO SANTO EM COLARES


O Touro e a Festa do Divino Espirito Santo no Penedo , Sintra

Nos dias 12 e 13 de Junho 2010 após um interregno de 10 anos realizou-se na aldeia do Penedo , Colares , Sintra a Festa do Divino Espirito Santo que conjuga uma cerimónia pagã de uma largada de um touro com os cornos “embolados”, isto é, protegidos nas pontas para não ferir ninguém e uma cerimónia religiosa de celebração do Divino Espirito Santo .
A festa do Divino Espirto Santo ,nas suas varias vertentes em Portugal , simboliza o eterno desejo do Homem de fazer a Aliança com o Cosmos e o Divino , por meio de diversos rituais e chegar assim à união com Deus , não o Deus 'de barbas que está no céu' mas o Deus que está dentro de cada um de nós e onde se pretende regressar fazendo o Caminho para a Casa do Pai .
O Imperador é uma criança que simboliza a Pureza original perdida e que é recuperada pelo ritual de Coroação com a Coroa do Espirito Santo .

O pão e a carne do Bodo a expressão do Amor desse Deus Imperador pela sua criação.
Talvez a mais tradicional aldeia de Sintra, o Penedo está situado estratégicamente sobre um alto esporão em plena serra .


A sua origem não está muito bem definida mas existem autores que apontam para a referência ao Penedo já no séc.XIII, mais propriamente dados de 1527, que indicam que o Penedo e as Azenhas teriam já 34 “vizinhos”.
O Penedo tem no seu histórico uns festejos populares ,dos mais importantes realizados no Concelho de Sintra, conhecidas pela festas em Louvor do Divino Espírito Santo.


Em 1217, D.Sancho I em associação com a Igreja, funda a Confraria de Santa Maria de Sintra, em devoção ao Espírito Santo (a mais antiga de Portugal), embora o compromisso oficial só tenha tido lugar em 1232.
Esta e outras confrarias tinham em comum o objectivo de fazer uma festa constituída pelo bodo anual dos pobres em corridas de toiros e uma cerimónia religiosa’’ denominada Festa do Divino Espírito Santo.
A origem desta prática é já bastante recuada, havendo indicaçoes da sua origem arabe dado os portugueses terem adoptado alguns dos costumes árabes, como sejam as touradas à corda, conhecidas na altura como toureio à muçulmana.
Existe um relato sobre as Festas do Espírito Santo do Penedo, datadas de 1902 em que se descreve a corrida de toiros e em que se refere que o dito animal “durante duas horas percorre as ruas da aldeia, enquanto seis homens de cada lado do toiro utilizam uma corda de quinze metros de comprimento que puxam ou relaxam consoante o andamento ou as investidas do animal.”

                                                                                            A Coroa              

Estas festas como as várias que se realizam em Portugal, Açores,Tomar ,Alenquer por ex.têm como origem o culto do Espírito Santo instituído no séc. XIV e cuja devoção foi criada pela Rainha Santa Isabel.
É da responsabilidade de D.Dinis e da Rainha Santa Isabel a negociação, após autorização do Papa, com os mouros da região de Sintra sobre o procedimento das Festas em honra do Divino Espírito Santo .

                                                             O Imperador e sua Coroa

Era habitual a festa pagã ter lugar no Sábado, com os cantares mouriscos, as danças e as corridas à corda e no domingo ter lugar a festa com intuito religioso, nomeadamente a coroação do Imperador e a devoção ao Espírito Santo.
Em 1488, D.João II confirmou por alvará a permissão para que se realizassem touradas à corda em Sintra, assim como autorizava o corte de lenha para a preparação do banquete que era oferecido aos mais necessitados.
Destas festas no Penedo fazia parte uma largada de um touro á corda , que posteriormente era abatido em público, junto ao fontanário, sendo a sua carne cozinhada no dia seguinte em grande panelas de cobre para um bodo aos pobres da região.
O touro que era corrido acabava por ser morto com o intuito de saciar a fome aos mais pobres.

                                                         O Bodo aos pobres


Por isso mesmo, nessa altura, Espírito Santo e touradas eram acontecimentos indissociáveis.
Este animal era então encarado como um ser sacrificial, cuja imolação redimia os pecados, sendo chamado ‘toiro expiatório’ ou ‘toiro pelo pecado’.
É sobre isto, no fundo, que assenta todo o cerimonial das coroações em honra do Divino Espírito Santo: matar (imolar) um bezerro como agradecimento pelo facto de o pedido do Imperador ter sido atendido milagrosamente.
Esta largada do touro à corda em conjugação com a Festa do Espirito Santo é unica em Portugal Continental e foi ‘exportada ‘ mais tarde para a ilha Terceira nos Açores onde de inicio se conjugou com as Festas tradicionais do Divino Esprito Santo e mais tarde se expandiu para outros dias e festas.

Corrida do touro á corda
O touro é um simbolo sagrado que representa o Espírito da Vegetação , da Fertilidade das colheitas , da Força e poder , também representa uma ligação simbolica entre o Deus Uno e o touro , daí o imolar do touro , quando o seu sangue simbolizava a lavagem dos pecados e a purificação do Homem, perante esse Deus .
Através disto, é fácil compreender por que razão durante muito tempo as touradas à corda surgiram sempre associadas ao culto do Divino Espírito Santo (Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, em que o dogma católico defende que o Pai (Deus), o Filho e o Espírito Santo são a mesma entidade).
É talvez por essa sua dimensão sagrada que na luta travada entre homem e animal, nas touradas à corda , nunca há o domínio do homem sobre o toiro, ou este vence ou mantêm-se empatados ao contrário das corridas nas praças de toiros onde toda a gente prefere ver o homem sair vitorioso.


Corrida á corda
Actualmente esta Festa no Penedo perdeu já grande parte da sua força original , faz-se numa igreja do sec. 17 dedicada apenas a Santo António no dia deste e não do dia que lhe devia corresponder que era o dia de Pentecostes , cerca de 50 dias após a Páscoa , no caso actual de 2010 devia ter-se realizado nos dias 22 e 23 Maio em vez de 12 e 13 Junho.
Só a dedicação das pessoas mais velhas conhecedoras desta tradição permite realizar actualmente esta festa , que trouxe muitos curiosos e interessados esse fim semana ao Penedo .
Vale a pena participar nesta Festa com o espirito de quem vai a Caminho de Casa .

     

quinta-feira, 9 de junho de 2011

ADIVINHAS

1
SOMOS TRES IRMÃOS DIFERENTES
NENHUM DE NÓS BEBE OU COME
NO ENTANTO NOSSA MISSÃO
É DAR DE COMER A QUEM TEM
O QUE É

2
SOU ADORADO POR TODOS
PORQUE A TODOS FAÇO BEM
SIRVO TAMBÉM DE RELÓGIO
AOS QUE RELÓGIO NÃO TEEM
O QUE É?


3
NÃO SOU BONITO POR TRÁS
MAS SOU BONITO PELA FRENTE
POIS ESTOU SEMPRE A MUDAR
PORQUE IMITO MUITA GENTE
O QUE É?

4
O QUE É
O QUE É
TEM UM PALMO DE PESCOÇO
TEM BARRIGA REDONDINHA
MAS NÃO TEM NENHUM OSSO
O QUE É?

5
QUAL É COISA
QUAL É ELA
MAL CHEGA A CASA
PÕE-SE LOGO Á JANELA
O QUE É?

6
fAÇA SOL
OU FAÇA FRIO
ELE TEM SEMPRE ONDE MORAR
VEIO DO MUNDO SENHORIO
MAS COMO O PAI E O TIO
NÃO PODE A CASA ALUGAR
O QUE É?

7
PELO MUITO BEM QUE FAÇO
NÃO POSSO SER DISPENSADA
SE PERSISTO ABORREÇO
SE FALTO SOU DESEJADA
O QUE É?

8
MUITA GENTE ME OBDECE
ANDANDO NUMA FILA ORDENADA
MAS PARA QUE ME OBEDEÇAM
ESTOU SEMPRE A LEVAR PANCADA
O QUE É?

9
QUAL É COISA
 QUAL É ELA
TEM DOIS PÉS
DUAS PERNAS
E NADA MAIS
O QUE É?

1O
SOMOS DOIS IRMÃOS
COM NOME MUITO IGUAL
MARCHAMOS COM MUITO AFINCO
MAS UM DÁ SESSENTA PASSOS
ENQUANTO O OUTRO SÓ DÁ CINCO
O QUE É?

11
QUAL É COISA
QUAL É ELA
EXISTE EM TRES VEZES NUM MOMENTO
DUAS VEZES NUM MINUTO
E SÓ UMA VEZ NUMA HORA
O QUE É?

12
SOU UMA COISA MUITO SIMPLES
MAS DE MUITO SENTIMENTO
SOU PRENDA PREFERIDA
NO DIA DO CASAMENTO
O QUE É?

13
QUAL É COIA
QUAL É ELA
QUE ANTES DE O SER
JÁ O ERA
O QUE É?

14
QUAL É A TERRA PORTUGUESA
ONDE SE PODE DORMIR
E MESMO PARADA
ESTÁ SEMPRE A FUGIR
O QUE É?

15
HOMEM FEITO E JÁ COM TINO
APARECI NESTE MUNDO
NÃO NASCI NEM TIVE MÃE
NEM NUNCA FUI PEQUENINO
O QUE É?

16
QUAL É COISA
QUAL É ELA
QUE SE QUEBRA QUANDO SE FALA
O QUE É?

17
VERDE FOI MEU NASCIMENTO
MAS DE LUTO ME VESTI
PARA DAR LUZ AO MUNDO
MIL TORMENTOS PADECI
O QUE É?

18
O QUE SERÁ
QUE SERÁ
SOMOS SETE E SOMOS IRMÃOS
CINCO DE NÓS VÃO Á FEIRA
E OS OUTROS DOIS NÃO
O QUE É?

19
O QUE SERÁ
QUE SERÁ
É BRANCA COMO A NEVE
PRETA COMO PEZ
FALA E NÃO TEM BOCA
ANDA E NÃO TEM PÉS
O QUE É?

20
QUAL É COISA
QUAL É ELA
SOU ALTA E DELGADINHA
DOU MUITO DE COMER
MAS SÓ Á BEIRA DA ÁGUA
É QUE ME PODES VER
O QUE É?

21
O QUE SERÁ
QUE SERÁ
ÁS DIREITAS SOU ADVERBIO
QUE SÓ CINCO LETRAS TEM
ÁS AVESSAS NA IGREJA
MENINOS PENSEM BEM
O QUE É?

22
O QUE SERÁ
QUE SERÁ
SOU DE SABOR MUITO AZEDA
E DE CASCA AMARELA
SE ESTA FRUTA QUERES COMER
TENS QUE POR AÇUCAR NELA
O QUE É?

23
O QUE SERÁ
QUE SERÁ
SOU REDONDO E SOU DE LEITE
SOU DE VACA CABRAOU OVELHA
UNS GOSTAM MUITO DE MIM
OUTROS NEM LHES CHEIRA
OQUE É?

24
QUAL É COISA
QUAL É ELA
BICHINHA MAGRA DE UM OLHO SÓ
PEGAM-LHE A CAUDAE DÃO UM NÓ
OBRIGAM-NA A PERFURAR
MIL TUNEIZINHOS ATÉ SE CANSAR
O QUE É?

25
QUAL É A COISA
QUAL É ELA
HÁ QUEM ME MATE POR QUERER
SEM LHE TIRAR NUNCA A VIDA
POBRE É TDO O QUE O PERDER
E TEM MAIS QUE UMA MEDIDA
O QUE É?

26
O QUE SERÁ
QUE SERÁ
PÁRA AQUI E PÁRA ALÉM
CUMPRINDO BEM O DEVER
NO SEU CONSTANTE VAI E VEM
NÃO PRECISA DE COMER
O QUE É?

27
O QUE SERÁ
QUE SERÁ
TENHO UM TIO
QUE É MEU TIO
O MEU TIO TEM UM IRMÃO
O MEU TIO É MEU TIO
E O IRMÃO DO MEU TIO NÃO
O QUE É?


28
QUAL É COISA
QUAL É ELA
QUE MESMO SENDO SÓ NOSSO
É MAIS USADO PELOS OUTROS
O QUE É?

29
O QUE SERÁ
QUE SERÁ
TEM ESCAMAS MAS NÃO É PEIXE
TEM COROA E NÃO É REI
O QUE É?

30
QUAL É COISA
QUAL É ELA
SOU RAINHA E TENHO ORGULHO
DE DIZE-LO NÃO ME ESCUSO
A COROA QUE EU USO
É A PROVA DO MEU ORGULHO
O QUE É?

SOLUÇÕES                                         
1   talheres                                         
2   sol                                                   
3   espelho                                          
4   garrafa                                            
5   botão                                            
6   caracol                                             
7   chuva                                               
8   tambor                                             
9   meias                                             
10  ponteiros do relogio 
11  " m "
12  anel de noivado
13  pescada
14  caminha
15  adão
16  silencio
17  azeitona
18  dias da semana
19  carta
2o  cana de pesca
21  missa/assim
22  limão
23  queijo
24  agulha
25  tempo
26  comboio
27  pai
28  nome
29  ananás
30 romã                       

LENGA LENGAS II



BURRO
 Arre burro
de loulé
carregado de água pé
arre burro
de monção
carregado de requiejão
arre burrinho
sardinha assada
com pão e vinho 
arre burrinho
da nazaré
uns a cavalo outros a pé
arre burrinho
para azeitão
carregadinho de feijão

GALINHA
 PIM PAM PUM
CADA BOLA
MATA UM
P´RA GALINHA
P´RO PERÚ
QUEM SE LIVRA
ÉS TU
Pim pam pum
cada bola
mata um
p´ra galinha
p´ro perú
quem se livra
és tu

A galinha
 põe o ovo
a maria
 papa-o todo

Está a capoeira
toda alvoraçada
franga poedeira
com crista encarnada
achou uma espiga
de milho dourado
vem de lá o galo
dá-lhe uma bicada

PATO  BRAVO
 o pato marreco                                            
dá-lhe uma patada                                
fica a capoeira
toda alvoraçada
e assim se arma
a guerra por causa de nada

Este menino achou o ovo
este o assou
este sal lhe deitou
este o provou
este o papou

pelo muro acima
vai uma formiga
com uma mão na testa
e outra na barriga
pelo muro abaixo vai um escaravelho  
com uma mão na barriga
e outra no joelho

ESCARAVELHO
                                                                                                           
Esta é a mão direita
a esquerda é esta mão
com esta digo sim
com esta digo não
levanto a direita ao céu
apanho a esquerda o chão
agora já conheço
já não faço confusão


MALMEQUERES
Malmequer, bem me quer muito pouco tudo nada
eu gosto de ti do sol e do mar
e de todos os meninos
que vejo brincar
Malmequer bem me quer
muito pouco tudo nada
por ti malmequer
eu fiz uma desfolhada


ZÉ DA HORTA
 O tio zé da horta
foi aos agriões
ao sair da porta
caiu-lhe os calções
veio uma galinha
toda pintadinha
só numa bicada
comeu-lhe a pilinha

colega sem lega
 fica co
colega sem co
fica lega
se tiras o co
 á colega
fica a colega sem co

PISCO
O pisco empisca á pisca
e apisca não empisca
o pisco
se o pisco
empisca á pisca
e a pisca
não empisca
ao pisco
porque não
empisca
a pisca o pisco?
enrola o melão
desenrola a melancia
se queres casar comigo
vai pedir á minha tia
ó zig ó zag
ó zig zig zag
enrola a garrafa
desenrola o garrafão
se queres casar comigo
vai pedir ao meu irmão
ó zig ó zag
ó zig zig zag
andulita pirulita
bacalhau
batata frita
quem esta livre livre está


GATO MALTÊS
 era uma vez
um gato maltês                                                                       
tocava piano                                      
falava francês

um
dois tres quatro
a galinha
mais o pato
fugiram da capoeira
por causa da cozinheira
que lhes deu com um sapato
um
dois tres quatro...

COZINHEIRA
Debaixo da pedra mora um bixinho
de corpo cinzento
muito redondinho
tem medo do sol
tem medo de andar

BICHOS DE CONTAS
bichinho de conta                                          não sabe contar
muito redondinho
rebola no chão
rebola na erva
e na minha mão


quarta-feira, 8 de junho de 2011

LENGA LENGAS I



AQUI VOS DEIXO ALGUMAS LENGA LENGAS

JOANINHA
Voa, voa joaninha
que teu pai está em Lisboa
com um caldinho de galinha
para dar á joaninha
Voa, voa joaninha
que teu pai está em Lisboa      
com um rabinho de sardinha
para comer que mais não tinha



LADRÃO
 Tão-balalão
soldado ladrão
menina bonita
não tem coração
Tão-balalão
senhor capitão
espada na cinta
sineta na mão
Tão-balão
cabeça de cão                             
orelhas de gato
não tem coração
Tão-balalão
cabeça de cão
cozida e assada

CALDEIRÃO
 no meu caldeirão                                 
Tão-balalão
senhor capitão
orelha de porco                                      
p'ra comer com feijão
Tão -balalão
rei, capitão
soldado, ladrão
menina bonita
de bom coração
Tão-balalão
cabeça de cão
orelha de burro
sabe a leitão  

DEZ FILHOS
Minha mãe teve dez filhos
todos dentro de um pote
deu tranglomanglo neles
e não ficaram senão nove
Desses nove que ficaram
foram amassar biscoitos
deu tranglomango neles
não ficaram senão oito
Desses oito que ficaram
foram pentear o tapete
deu o tranglomango neles
não ficaram senão sete
Desses sete que ficaram
foram esperar os reis
deu o tranglomango neles 
não ficaram senão seis
Desses seis que ficaram
foram apanhar um pinto
deu tranglomango neles 
não ficaram senão cinco
desses cinco que ficaram
foram arrumar o quarto
deu tranglomango neles
não ficaram senão quatro
Desses quatro que ficaram
 foram matar uma rês
deu tranglomango neles
não ficaram senão três
Desses três que ficaram
foram dar comida aos bois
deu tranglomango neles
não ficaram senão dois
Desses dois que ficaram
foram buscar um perú
deu tranglomango neles
não ficou senão um
Esse um que ficou
foi ver amassar o pão
deu tranglomango nele
acabou-se a geração


MÃO
 Mão morta, mão morta
filhinhos á porta
não tem que lhe dar
dá-lhe pedrinhas de sal
Mão morta, mão morta
vai bater áquela porta

Nove vezes nove
 oitenta e um
sete macacos e tu és um
fora eu que não sou nenhum


LAGARTO PINTADO
Lagarto pintado
quem te pintou?
foi uma velha que por aqui passou
no tempo da eira
fazia poeira
puxa lagarto
por esta orelha
lagarto pintado
quem te pintou?
foi uma menina
que por aqui passou
lagarto verde
quem te esverdeou?
foi uma galinha
que por aqui passou
lagarto azul
quem te azulou?
foi a onda do mar
 que me molhou
lagarto amarelo
quem te amarelou?
foi o sol poente que em mim pisou
lagarto encarnado
quem te encarniçou?
foi uma papoila
que para mim olhou
no tempo da eira fazia poeira
puxa lagarto
por esta orelha
Quem está no telhado?
um gato assanhado
quem está á janela?
uma pata amarela
quem está á varanda?
um urso panda
quem está á porta?
um burro na hortauem está no jardim?
um lindo pinguim
quem está no poço?
um cão com o osso
quem está no portão?
um bicho que fala chamado joão!



Sape gato
lambareiro
tira a mõ
do açucareiro
tira a mão
tire o pé
do açucar
do café
se cá nevasse
se cá nevasse
fazia-se cá ski


PULGAS
 Pico, pico
sarapico
quem te deu
tamanho bico?
foi a filha da rainha
que está presa na cozinha
salta a pulga
da balança
dá um berro até á frança
os cavalos a correr
as meninas a aprender
qual será a mais bonita
que se vai esconder?


BRUXA
a chover e a fazer sol
comem as bruxas
o pão mole
A chover
e a fazer sol
o senhor com                                             
o guarda sol
a raposa atrás do lar
a comer o meu jantar