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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

VINDIMAS EM SINTRA


VINDIMAS EM  SINTRA

A área que corresponde geograficamente à região demarcada de Colares abrange as freguesias de Colares, São Martinho e São João de Lampas, entre a Serra de Sintra e o Oceano Atlântico. Não se conhecem registos exactos da plantação das primeiras vinhas, sendo a referência mais antiga uma Carta Foral de Sintra, do ano de 1154. 
A produção de vinho nesta região conhece um verdadeiro impulso já no século XVI, no reinado de D. Manuel I, que atribuiu foral a Colares a 10 de Novembro de 1516, aumentando assim os privilégios dos agricultores ali estabelecidos. Finalmente, a partir de 1865, o vinho de Colares tem um crescimento bastante significativo, numa altura em que as vinhas de todo o país foram devastadas pela filoxera. Devido ao cultivo em chão de areia, a praga não atingiu as plantações da região cuja produção viria a dar lugar ao principal vinho de mesa do país.


A fama alcançada acabou por trazer alguns efeitos negativos, nomeadamente especulações nos preços e irregularidades por parte dos comerciantes na distribuição destes vinhos. As medidas que permitiram travar estes abusos vieram mais tarde, a 10 de Maio de 1907. Nessa altura, foi aprovado um diploma com normas que defendiam a pureza dos vinhos de diversas regiões portuguesas e regulamentava a organização das comissões de viticultura, o registo de produtores e exportadores bem como as quantidades exportadas.
A região demarcada de Colares seria oficialmente instituída já em pleno reinado de D. Manuel II, pela carta de lei de 18 de Setembro de 1908. A publicação desta e de outras leis favoráveis ao associativismo incentivou os vinhateiros de Colares a fundarem a Adega Regional de Colares em Agosto de 1931. Ficou então definido que quem dela fizesse parte poderia garantir ao consumidor a aquisição do verdadeiro vinho de Colares.

Esta adega tem um grande significado nesta região, não se poupando a esforços na tentativa de recuperar o estatuto deste vinho que faz parte da própria história de Portugal. Em relação ao futuro, José Vicente Paulo adianta que «há imensas perspectivas porque estão a surgir novas plantações». No entanto, na sua opinião, a nova viticultura nada tem a ver com a que se faz em Colares. «A velha viticultura dificilmente poderá continuar. Só se a Comissão Vitivinícola Regional de Lisboa, a que agora pertencemos, o permitir», adianta Vicente Paulo. E acrescenta ainda: «o que futuramente se irá praticar na viticultura em Colares será semelhante ao que se vê por aí, muito embora respeitando o terroir, as castas e o clima».
A proximidade das vinhas ao mar e às grandes cidades ditou a quase extinção da Ramisco, devido ao alargamento da construção, à falta de mão-de-obra e à fraca rentabilidade do cultivo. As vinhas de Ramisco, que em tempos ultrapassaram os mil hectares, correspondem actualmente a menos de 30.

Portugal é um País de vinho, com várias castas, desde o Minho ao Algarve .
Em  Colares, concelho de Sintra, assistir às vindimas de chão de areia. Uva muito doce “Ramisco” e “Malvasia”. Homens e mulheres colhiam as uvas das cêpas marcadas. Postas em cestos levavam-nas para a balança sob o olhar atento do chefe que anotava o peso da uva de cada cêpa .
Estas são levadas por tractores para a Adega Regional de Colares, onde são trituradas em máquinas movidas a electricidade e armazenadas em grandes tonéis de Inox. O rigor do controle dos frutos desde a vindima até entrar nas garrafas , fazem do vinho de Colares o famoso néctar que chega à mesa dos gandes apreciadores.

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