CINTRASEUPOVO

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A MATANÇA DO PORCO


A Matança do Porco

Quando se acabam as colheitas, abóboras, beterrabas, nabos, fruta, e a terra descansar, sob a geada, para o novo ciclo de produção é hora de morrer o porquinho, chegam os convidados bem cedo, a mesa veste-se gulosamente para o mata -bicho não falta vinho e bagaço. Mas na mesa ainda estão  defuntos do ano interior : presunto, chouriça, salpicão etc. Depois preparados para a matança , o homem avança com a faca na mão e vai ao trabalho, tenta apresioná-lo pelo focinho, com mais ou menos dificuldade, ei-lo amarrado ao leito da morte, quatro homens  seguram-no, cada um com a sua pata comandados pelo matador, afastados os que têm pena, « não vá ele encolher o sangue »chega a mulher com o alguidar, aí vai a picada mortal, segura-se cada um como pode, neste longo minuto de agonia ( para o porquito ) em jorros  de dor o animal ouve-se á distancia, o alguidar em maõs destemidas, vai-se enchendo. A um canto ferve a água nos potes, mais ao lado , a palha vai sendo escolhida para tostar a pele do porco já morto, hoje o maçarico a gás substitui a palha. Antes porem há um intervalo para beber um copo de vinho acompanhado de pedaços de sangue, entretanto já cozido.


E a tarefa vai continuando até não restar um pelo ás facas  afiadas , Escaldada a lingua  e a orelheira , calça-se no chambaril e pendura-se numa trave.




Aí será o matador que o alivia da primeira carne , as tripas são cuidadosamente apartadas para um tabuleiro e , de tarde , serão lavadas na ribeira, a cozinha está preparada para fazer os torresmos, o sarrabulho só espera a água a ferver, esta iguaria é preparada com pão cortado em pequenas fatias a que se junta o sangue cozido, leva também açúcar ou, noutras terras alho. Sobre este sólido cai água a ferver, e aí está o famoso sarrabulho que serve de sobremesa e que, em algumas ideias chega a dar o nome a este dia festivo rural.


Um ou dois dias depois , desfaz-se o porco, meticulosamente cada peça dá o seu melhor para a salgadeira ou para o fumeiro, desde os untos á bexiga nada é estragado.


Depois de algumas noites de ( enchimento ) aí temos cada casa rural apetrechada com condimento delicioso para o ano inteiro : farinheiras, chouriças, carnes propriamente dita, salpicão etc.

É ASSIM A MATANÇA ALDEÃ

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