CINTRASEUPOVO

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

OS MEUS TEXTOS


OS MEUS ARTIGOS

Ser ou não ser de folclore, eis a questão, e tudo seria mais fácil se houvesse a tal Educação para a Cultura da Tradição. Creio no entanto  quem lê os meus  artigos , fica  com uma ideia sobre o assunto, fica a conhecer as características que o definem. E sabendo isso com convicção, mais fácil se torna constituir ou reformular um grupo .

O progresso é o maior inimigo do tradicional, e é com a chegada do mesmo que a cultura local se começa a desvirtuar, a sofrer influências universais quando até aí as transformações (a aculturação) eram reflexo, natural, da maneira de ser e de estar de cada um dos povos em que por força das migrações entrava.

É assim que uma “moda” não é propriedade exclusiva de uma localidade, e se a encontramos em diversos sítios ela é marcada quer na coreografia e por vezes na melodia, pelas diferenças.O corridinho não é do Algarve, o Fandango não é do Ribatejo, as Saias não são do Alentejo, porque estando embora lá centralizadas acontecem também noutras regiões mas de formas diferente. Em Folclore, como diz o Inspector Lopes Pires, não pode inventar-se.Há que respeitar a “ recolha”, o ensaiador não pode “criar”. Os directores não podem impor o que eles tambem escreve e inventam.

Não tenho números concretos, mas a maioria de grupos que de folclore se intitulam, de facto não o são. E alguns sinais negativos dado serem de expressão nacional , notam-se, como se costuma dizer ,à vista desarmada. Havendo depois os específicos de cada região ,que marcam as diferenças que caracterizam cada uma das mesmas, por vezes até de localidade para localidade.

Entretanto…

Situemos um grupo no início do século XX, mesmo até uns anos depois do mesmo. E se esse grupo deve ser o “retrato”possível “das gentes do povo, está errado que usem saias pelo joelho, que usem relógios de pulso, que usem pinturas e cabelo à moderna, que vistam de igual pois o povo não se fardava, que andem com medalhas penduradas no fato, que usem óculos de sol e pulseiras de pano, e algo mais e não só , como entrar a bailar no estrado e à saída dizer adeus . Mas depois existe todo um trabalho de pormenor que tem a ver com os usos costumes , com as tradições específicas da terra ou região em causa, desde os bailes às fainas, dos ritos à gastronomia, das festas aos jogos tradicionais, de toda a vivência de um povo onde o progresso ainda não tinha chegado, onde as transformações aconteciam “sem assinatura”.

E se digo que um grupo deve ser o “retrato possível”é porque estou entre os que consideram que o puro e o genuíno não são possíveis.

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