CINTRASEUPOVO

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

FOLCLORE


Folclore

Folclore é a ciência das tradições e usos populares, constituído pelos costumes e tradições populares transmitidos de geração em geração. Todos os povos possuem suas tradições, crendices e superstições, que se transmitem através de lendas, contos, provérbios, canções, danças, artesanato, jogos, religiosidade, brincadeiras infantis, mitos, idiomas e dialetos característicos, adivinhações, festas e outras atividades culturais que nasceram e se desenvolveram com o povo.
A UNESCO declara que folclore é sinônimo de cultura popular e representa a identidade social de uma comunidade através de suas criações culturais, coletivas ou individuais, e é também uma parte essencial da cultura de cada nação.
Deve-se lembrar que o folclore não é um conhecimento cristalizado, embora se enraíze em tradições que podem ter grande antiguidade, mas transforma-se no contato entre culturas distintas, nas migrações, e através dos meios de comunicação onde se inclui recentemente a internet. Parte do trabalho cultural da UNESCO é orientar as comunidades no sentido de bem administrar sua herança folclórica, sabendo que o progresso e as mudanças que ele provoca podem tanto enriquecer uma cultura como destruí-la para sempre.

O folclore na sociedade contemporânea
Actualmente o folclorismo está bem estabelecido e é reconhecido como uma ciência, a ponto de tornar seu objeto, a cultura popular ou folclore,deveria ser, instrumento de educação nas escolas e um bem protegido genericamente pela UNESCO e especificamente por muitos países, que inseriram muitos de seus elementos constituintes em seus elencos de bens de patrimônio histórico e artístico a serem protegidos e fomentados.
Considera-se hoje o folclorismo um ramo das Ciências Sociais e Humanas, e seu estudo deve ser feito de acordo com a metodologia própria dessas ciências. Como parte da cultura de uma nação, o folclore deve ter o mesmo direito de acesso aos incentivos públicos e privados concedidos às outras manifestações culturais e científicas.
O folclore não é, como se pensa, uma simples coleção de fatos disparatados e mais ou menos curiosos e divertidos; é uma ciência sintética que se ocupa especialmente dos camponeses e da vida rural e daquilo que ainda subsiste de tradicional nos meios industriais e urbanos. O folclore liga-se, assim, à economia política, à história das instituições, à do direito, à da arte, à tecnologia, etc, sem entretanto confundir-se com estas disciplinas que estudam os fatos em si mesmos de preferência à sua reação sobre os meios nos quais evoluem.
Um outro processo a merecer atenção é o da espetaculização das manifestações folclóricas pela pressão dos meios de comunicação de massa e do turismo. Algumas das manifestações tradicionais guardam a natureza de espetáculos, que têm sido levados à exacerbação, convertendo-se em produto da cultura de massas.
Diante desse quadro, torna-se necessária uma nova postura liberada dos preconceitos etnocêntricos, a reciclagem das técnicas de pesquisa em trabalho interdisciplinar com a incorporação das contribuições renovadas das ciências humanas e das ciências da linguagem, o uso de novas tecnologias e equipamentos disponíveis".

Todo e qualquer ser humano tem cultura."
Esta é uma das poucas "verdades absolutas"da Antropologia. Apesar desta afirmação parecer óbvia, não é, pois há muita gente ainda que pensa que alguns seres humanos não têm cultura. Por isso, é importante ressaltar esta 'obviedade'. Outra verdade antropológica é que em praticamente toda e qualquer comunidade humana existem e interagem diversos componentes substantivos - indicadores sociais - que definem, identificam e constroem a cultura do grupo humano que aí vive.
Folclore é, portanto, a ciência humana e social que estuda os fatos e as relações,os processos e as realizações de um grupo social - materiais, sociais e espirituais, objetivase subjetivas, orais e escritas - tradicionais, funcionais e de aceitação coletiva , integradas àvivência popular e à dinâmica do cotidiano, resultantes da difusão no tempo e noespaço. Estas manifestações, também chamadas de cultura popular , coexistem com asformas de cultura erudita (ou acadêmica) e de massa (ou de consumo), conservandosuas funções histórico-sociais. O artesanato e a medicina caseira, as crenças esuperstições, as gírias e provérbios, as danças e festas populares tradicionais são algunsentre os incontáveis exemplos, objetos da ciência folclórica. Para que o (a) leitor (a) não fique em dúvida,o Folclore estuda o folclore (A ciência, com F maiúsculo, estuda o fato,com f minúsculo), razão pela qual muitas vezes a mesma palavra aparece com grafiadiferenciada.Para se chegar ao conhecimento sobre o que é ou não é fato folclórico, devemos analisar alguns aspectos que constituem suas características primordiais.
O Folclore não é símbolo de pobreza, nem propriedade particular de uma camada fixa ou predeterminada da população, ainda que seja entre a parcela da população com menores oportunidades de acesso ao conhecimento erudito e às informações veiculadas e/ou adquiridas através das instituições escolares, religiosas epolíticas que o encontramos. Este segmento é que cultiva, mais intensamente, a maioriados fatos e dos bens folclóricos, não porque quer, mas de maneira natural e com a mesma razão pela qual os pássaros cantam.

Como tenho dito, A tradição é o conjunto de fatos e elementos (materiais, sociais e espirituais) que uma época ou uma geração doa ou entrega a que lhe sucede para que esta, por sua vez, o retransmita, com seus fatos ou elementos incorporados, à sua imediata sucessora.Tradição equivale a actualidade de fatos ou fenômenos no tempo e no espaço,porque ela é o factor de identidade - união, caráter, coerência e coesão - de um povo através dos tempos.

Um fato folclórico é essencialmente um fato tradicional, isto quer dizer, um fato entregue ou doado de uma geração à outra. O jogo da "amarelinha" ou"maré" ou "maê" é folclórico não porque nossos avós e pais brincaram, mas porque nós e nossos filhos brincamos e brincam. Ele é tradicional porque, vindo do passado, é atual e presente, além de ter uma função social e ser de domínio público.

Ao contrário da História que é a ciência dos fatos humanos do passado, o Folclore estuda os fatos tradicionais no presente .

Não existe povo que seja tão miserável que não tenha tradição, pois é ela que cria, fertiliza, alinhava, reproduz e incorpora os valores e realizações humanas de uma época. Ritos e costumes, técnicas e hábitos de trabalho, cantos e lendas, músicas esuperstições, danças e jogos, enfim, todas as áreas da ação humana vivem, se recompõem, se cristalizam, se transformam, se criam, se difundem, se expandem, no tempo, no espaço e através da tradição.Os povos que não se conhecem a si mesmos, porque não se estudam, não se pesquisam, ou não se descobrem, por ignorância, por desinteresse, por vergonha de suas origens ou por excesso de valorização de valores culturais importados, nunca terão sua identidade e auto-estima formadas, nunca terão definida e conhecida sua personalidade e, portanto, jamais serão coerentes, autênticos e harmônicos.

A criação no folclore
O individual e o coletivo, o anonimato e o popular estão sempre presentes num fato folclórico. Todos sabemos que toda e qualquer obra tem um criador, seja ele um cidadão comum, um poeta, um músico, um artesão, etc. Uma criação (material, social ou espiritual) passando do indivíduo-criador à sua coletividade, tornar-se-á popular se houver identificação (de função e aceitação) entre ambos, autor e comunidade.
O valor funcional do folclore

Não se pode entender o Folclore como um conjunto de fatos gratuitos ou sem função. Tudo que o povo faz, pensa, sente e expressa está intimamente relacionado e integrado ao seu mundo e ao seu dia-a-dia social, material e espiritual. Os provérbios e asdanças, e as anedotas, o artesanato e as superstições, os brinquedos e os remédios caseiros, entre outros tantos fatos, existem, não por existir, por geração espontânea, mas para atender e responder às necessidades ( intelectual, de lazer,religiosa, mágica, material, saúde, lúdica, existencial, etc.) de um grupo social local,regional ou nacional.Ninguém faz uma colher de pau à toa. Todos nós sabemos como fazê-la e para que serve: mexer doce , além de servir para bater (levemente) na cabeça de alguem; a gagueira passa com o susto .Assim como a colher de pau, todos os fatos folclóricos existem para atender a uma função cultural - social, econômica ou espiritual - de um grupo ou de um povo.

Não existem fórmulas ou sistemas exatos e rígidos para a pesquisa folclórica.

Observação cuidadosa e registro fidedigno são, entretanto, premissas fundamentais parase obter uma consistente pesquisa .

 É preciso lembrar que o tom dominante de qualquer trabalho deve ser o presente,seja pela acção, seja pela função. Tudo o que a pessoa descrever deverá estar acontecendo ou ser usual na época em que o trabalho foi realizado.As coisas e os fatos passados interessam como elementos de ligação e reconstrução dos caminhos percorridos pelo tema do passado - de onde e como veio -ao presente, como está e como se vive hoje. O fato folclórico não é o ocorrido, mas sempre o que está ocorrendo.Volto a insistir que se dê especial atenção aos trabalhos sobre Folclore a partir de temas que possam envolver as pessoas, suas famílias e a comunidade onde vivem e funciona a escola, pois só assim, praticando, poderemos desmistificar o conceito de Folclore como algo estranho e distante do universo . Mesmo nas ocasiões em que haja interesse específico por um folguedo,uma dança ou uma festa, é importante estudá-la e verificá-la a partir da perspectiva do ambiente familiar e comunitário das pessoas.

Como tudo na vida, o interesse depende do valor que a pessoa dá a determinada coisa.Muitas pessoas que estão á frente de um rancho, inventa porque não fez recolhas ou pesquisas e é mais fácil inventar, depois diz-se ensaiador e o que ele impôe no rancho é que vale e verdadeiro, uma pessoa para ensinar o folclore e etnografia terá que passar pelo processo que falei neste texto, ( o que não acontece em muitos ranchos ) . Eu tambem sei que hoje em dia as pessoas não teem tempo (ou não querem ter ) e essas pesquisas ficam para trás,  mas eu  peço ,por favor não enganem as pessoas com as suas invenções com as sua ignorância sobre o tema e não se engane a si próprio .

Se realmente quer ensinar ( ensaiador como se costuma dizer ) tente aprender primeiro perca um pouco de tempo nas pesquisas , recolhas fale com que lhes pode ensinar sobre essa matéria pergunte , comente mesmo que pense que vai fazer asneira , comente , aprenda e um dia vai poder ensinar com mais tranqualidade e sabedoria.

Enfim, a preguiça interrompe a caminhada em busca do conhecimento, mas não se dê por vencido – seja curioso, comece a recolher as respostas dentro de você, nos livros, enfim, no mundo do saber.

 Jose vidal costa












quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

QUANDO SE FALA MUITO


Muita gente por vezes fala muito do folclore e da etnografia sem saber o que diz e sem nunca ter pesquizado ou recolhido qualquer objecto, musicas, danças, trajos ou qualquer vivência de um povo, o texto que vou deixar aqui é para as pessoas que o fizeram fico muito contente se o não fizeram pergunto como podem falar sobre o folclore e da etnografia se nada fizeram por ele ? também me parece que no folclore é como no futebol á muitos treinadores de bancada falam se nunca terem feito nada .

Estudo etnográfico

Os estudos etnográficos são uma técnica, proveniente das disciplinas de Antropologia Social, que consiste no estudo de um objecto por vivência directa da realidade onde este se insere. Permitindo analisar a componente social das tarefas desempenhadas numa dada organização tornam-se, no âmbito da Engenharia de Requisitos, extremamente uteis para ultrapassar a dificuldade que existe na recolha dos requisitos derivados de formas rotineiras  de trabalhar:

·      modo como realmente as pessoas executam as suas funções que muitas vezes difere da forma como as definições dos processos sugerem que elas devem fazer;

·      cooperação e conhecimento das actividades de outras pessoas.

Para isso, um sociólogo, externo à organização em causa, passa algum tempo a observar e analisar a actividade das pessoas sem que estas necessitem de explicar ou articular o seu trabalho (interacções implícitas), extraindo daí conclusões importantes acerca de factores sociais e organizacionais. Desta forma, é necessário assumir que as pessoas em estudo são competentes na realização do seu trabalho. Estes estudos têm mostrado que o trabalho das pessoas é, normalmente, mais rico e complexo do que o descrito pelas definições dos processos e pelos modelos dos sistemas. O principal problema da aplicação deste método é fruto da dificuldade na generalização dos resultados. É um método qualitativo que se insere na corrente filosófica do Interpretivismo.

A origem

A etnografia tem origem na Antropologia Social, um dos quatro campos da Antropologia, que surgiu da necessidade de compreender as relações sócio-culturais, os comportamentos, ritos, técnicas, saberes e práticas das sociedades até então desconhecidas, e que tem vindo a ser adaptada a problemas comuns da actualidade. Os antropólogos, normalmente, têm a tarefa de estudar culturas que são completamente diferentes das sociedades nas quais eles vivem, estudar as diferenças entre as suas experiências e costumes, assim como entender como esta funciona. Ou seja, têm o objectivo de a compreender do ponto de vista das pessoas que nela vivem. Este estudo por observação é necessário porque parte do comportamento das pessoas é baseado em conhecimento não-falado, o conhecimento tácito. Assim, não é suficiente fazer perguntas, é necessário observar o que as pessoas fazem, as ferramentas que utilizam e como se relacionam entre si.

É importante não repetir os erros cometidos ao longo da história provenientes de incompreensões de culturas estudadas. Por exemplo, as primeiras pessoas a contactar com culturas desconhecidas, tais como comerciantes, exploradores ou missionários, por diversas vezes realizaram interpretações incorrectas sobre os povos nativos que resultaram em graves problemas, nomeadamente conflitos armados. Por isso mesmo, actualmente os etnógrafos tentam evitar este tipo de problemas assumindo todas as conclusões iniciais como susceptíveis de incorrecções, explicitando claramente todas as suposições, examinando-as e questionando-as durante toda a investigação. Todo o conhecimento relevante que é necessário extrair é então totalmente resultado do contacto prolongado com as pessoas no seu ambiente natural, partindo para este estudo com um planeamento mínimo.

A linguagem da cultura em questão deve também ser correctamente estudada, é necessário entender todos os termos utilizados e a forma como estes se relacionam, procurando assim evitar distorcer o seu significado. Também a abordagem a todos os objectos e documentos utilizados pelas pessoas deve ser extremamente cuidada. É importante observar como a utilização destas ferramentas é feita para atingir os objectivos pretendidos e não apenas classifica-las com base nas suas propriedades físicas ou outras.

O método

A abordagem etnográfica e a identificação de requisitos têm muito em comum. Ambas têm o objectivo de entender uma cultura não familiar, todo o conhecimento, técnicas e práticas que a constituem, de forma a traduzi-las de maneira a que possa ser entendida e usada por outros. Tal como o etnógrafo, o engenheiro de requisitos tem a necessidade de documentar o domínio do sistema e a sua relação com a actividade de cada pessoa envolvida no seu funcionamento. Para que se consiga extrair o máximo de conhecimento possível das pessoas, deve-se comunicar com estas utilizando a sua própria linguagem e não uma linguagem técnica de engenharia de software que é incompreensível e intimadora para a maioria delas. Posteriormente, a equipa de desenvolvimento deve ser capaz de usar todos os dados obtidos para que possa desenvolver o produto realmente apropriado, correspondente com a informação recolhida, que se adapte completamente às necessidades dos utilizadores e seja perfeitamente integrado no seu ambiente.

As pesquisas que se efectuam com o objectivo de realizar estes estudos resultam numa grande quantidade de informação, através de apontamentos, gravações de áudio e vídeo e um conjunto de objectos que fazem parte das culturas, que deverá ser gerida com toda a atenção para que a sua análise e processamento não se prolongue excessivamente. Um estudo etnográfico requer muito mais tempo do que as técnicas de identificação de requisitos mais comuns, como as entrevistas, logo todos os recursos financeiros e temporais, muitas vezes difíceis de obter, que o suportam devem ser utilizados da forma mais optimizada possível.

Os princípios

Em 1993, Blomberg argumentou que os engenheiros de software:

·      criam ferramentas para processos de trabalho dos quais pouco conhecem;

·      devem adquirir uma visão adequada do mundo e não apenas confiar nas suas próprias experiências e imaginação;

·      extrair um conhecimento completo das práticas de trabalho para explorar e consolidar a relação as tarefas e a tecnologia

Desta forma, para orientar a actividade etnográfica apresentou os seguintes quatro princípios:

·      Encontro inicial – passar algumas horas no ambiente onde os processos ocorrem para estudar as pessoas nas suas actividades diárias;

·      Holismo – crença que os comportamentos apenas podem ser entendidos no contexto em que ocorrem;

·      Descrição e não prescrição – descrever como as pessoas se comportam realmente e não como se deveriam comportar;

·      Ponto de vista dos participantes - descrever os comportamentos de forma relevante para os participantes do estudo.

Estes princípios implicam que os engenheiros de requisitos devem capturar toda a estrutura social que constitui a actividade e não devem predefinir qualquer estrutura conceptual. O trabalho é uma actividade socialmente organizada, onde muitas vezes o comportamento real difere da forma como é descrito por quem o faz, e dessa forma é importante confiar tanto nas entrevistas quanto nas observações diárias das pessoas no próprio local de trabalho onde a tecnologia deverá ser inserida.

Em 1995, um grupo de autores publicaram um conjunto de directrizes com o objectivo de orientar as equipas de desenvolvimento a realizar, de forma correcta e completa, todo o processo de identificação de requisitos através de estudos etnográficos. Estas directrizes estão divididas em quatro conjuntos cada um deles respeitante a uma das fases deste processo (preparação, estudo, análise e especificação) que são descritos de seguida.

Preparação

Uma preparação adequada do processo é fundamental para o sucesso do mesmo. Assim sendo, a directriz para esta fase inclui os seguintes pontos:

·      Entender a política organizacional e a cultura de trabalho;

·      Familiarizar-se com o sistema e a sua história;

·      Estabelecer objectivos iniciais e elaborar questões;

·      Obter acesso e permissão para realizar entrevistas e observações

Estudo

É a principal fase do processo, onde se realiza o contacto directo com os stakeholders do sistema a desenvolver. Esta directriz é constituída por:

·      Estabelecer empatias com administradores e utilizadores do sistema;

·      Realizar observações e entrevistas aos utilizadores do sistema no seu ambiente de trabalho;

·      Recolher dados objectivos e subjectivos de modo quantitativo e qualitativo;

·      Seguir todas as pistas que surjam durante as visitas;

·      Registar todas as visitas.

Análise

Esta fase permite extrair conclusões do estudo já efectuado e, dessa forma, realizar melhoramentos durante todo o processo. Aqui pode incluir-se:

·      Compilar todos os dados recolhidos numa base de dados;

·      Quantificar os dados e realizar estatísticas;

·      Filtrar e interpretar os dados;

·      Redefinir os objectivos e o processo utilizado.

Especificação

Por fim, há que documentar a informação recolhida e para esta directriz podemos considerar os seguintes dois itens:

·      Ter em conta os diversos públicos alvo e objectivos existentes;

·      Elaborar um relatório e apresentar as conclusões do estudo.

Por fim, apesar de não ter sido mencionada pelos autores, é uma boa prática realizar, ao longo de todo o processo, sessões de crítica por parte de elementos externos ao projecto.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

VINDIMAS EM SINTRA


VINDIMAS EM  SINTRA

A área que corresponde geograficamente à região demarcada de Colares abrange as freguesias de Colares, São Martinho e São João de Lampas, entre a Serra de Sintra e o Oceano Atlântico. Não se conhecem registos exactos da plantação das primeiras vinhas, sendo a referência mais antiga uma Carta Foral de Sintra, do ano de 1154. 
A produção de vinho nesta região conhece um verdadeiro impulso já no século XVI, no reinado de D. Manuel I, que atribuiu foral a Colares a 10 de Novembro de 1516, aumentando assim os privilégios dos agricultores ali estabelecidos. Finalmente, a partir de 1865, o vinho de Colares tem um crescimento bastante significativo, numa altura em que as vinhas de todo o país foram devastadas pela filoxera. Devido ao cultivo em chão de areia, a praga não atingiu as plantações da região cuja produção viria a dar lugar ao principal vinho de mesa do país.


A fama alcançada acabou por trazer alguns efeitos negativos, nomeadamente especulações nos preços e irregularidades por parte dos comerciantes na distribuição destes vinhos. As medidas que permitiram travar estes abusos vieram mais tarde, a 10 de Maio de 1907. Nessa altura, foi aprovado um diploma com normas que defendiam a pureza dos vinhos de diversas regiões portuguesas e regulamentava a organização das comissões de viticultura, o registo de produtores e exportadores bem como as quantidades exportadas.
A região demarcada de Colares seria oficialmente instituída já em pleno reinado de D. Manuel II, pela carta de lei de 18 de Setembro de 1908. A publicação desta e de outras leis favoráveis ao associativismo incentivou os vinhateiros de Colares a fundarem a Adega Regional de Colares em Agosto de 1931. Ficou então definido que quem dela fizesse parte poderia garantir ao consumidor a aquisição do verdadeiro vinho de Colares.

Esta adega tem um grande significado nesta região, não se poupando a esforços na tentativa de recuperar o estatuto deste vinho que faz parte da própria história de Portugal. Em relação ao futuro, José Vicente Paulo adianta que «há imensas perspectivas porque estão a surgir novas plantações». No entanto, na sua opinião, a nova viticultura nada tem a ver com a que se faz em Colares. «A velha viticultura dificilmente poderá continuar. Só se a Comissão Vitivinícola Regional de Lisboa, a que agora pertencemos, o permitir», adianta Vicente Paulo. E acrescenta ainda: «o que futuramente se irá praticar na viticultura em Colares será semelhante ao que se vê por aí, muito embora respeitando o terroir, as castas e o clima».
A proximidade das vinhas ao mar e às grandes cidades ditou a quase extinção da Ramisco, devido ao alargamento da construção, à falta de mão-de-obra e à fraca rentabilidade do cultivo. As vinhas de Ramisco, que em tempos ultrapassaram os mil hectares, correspondem actualmente a menos de 30.

Portugal é um País de vinho, com várias castas, desde o Minho ao Algarve .
Em  Colares, concelho de Sintra, assistir às vindimas de chão de areia. Uva muito doce “Ramisco” e “Malvasia”. Homens e mulheres colhiam as uvas das cêpas marcadas. Postas em cestos levavam-nas para a balança sob o olhar atento do chefe que anotava o peso da uva de cada cêpa .
Estas são levadas por tractores para a Adega Regional de Colares, onde são trituradas em máquinas movidas a electricidade e armazenadas em grandes tonéis de Inox. O rigor do controle dos frutos desde a vindima até entrar nas garrafas , fazem do vinho de Colares o famoso néctar que chega à mesa dos gandes apreciadores.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

DEFENDER O QUE É NOSSO


DEFENDER O QUE É NOSSO
A música portuguesa tem sofrido várias influências ao longo dos tempos, umas naturais outras voluntárias.
A música portuguesa deriva, como a nossa cultura da tradição musica que veio de roma para a península ibérica pelos romanos e também mais tarde pelos árabes e outros povos africanos, também a partir da época dos descobrimentos sofreu influencias sul americanas e de algumas regiões da ásia. ( não podemos esquecer os povos que por cá passaram ).
A história da música em portugal pode ser dividida em diferentes épocas, Idade Média, Renascimento, Barroco, Clássico,  Romântico e era Moderna.
vou falar  desta última. Tinha que falar no fado, " a canção nacional ", que em conjunto com alguma variante que foram sendo introduzidas no panoroma musical da actualidade vive de uma grande riqueza e diversidade que poderá ser bastante enriquecedora. Excluindo as opiniões mais conservadoras, que devem respeitar e ser respeitadas.

Talvez possa ser teimosia ou visão curta mas aqui só falo essencialmente para quem canta em português. Sobre o fado ( que poderá querer dizer sorte, saudade, sina, destino ) muito há para dizer. Diz-se que nasceu em Lisboa a música dos pobres da cidade, eram canções tipicamente interpretadas por cantores e cantoras, resignadas com a tristeza, solidão e pobreza, mas que mantinha a sua dignidade, muitos afirmam que o fado tem origens muito mais antigas, por volta do século xv, quando as mulheres choravam por seus maridos e familia que iam para o mar arranjar sustento, outros afirmam também que a influência árabe está visivel, principalmente em instrumentos e melodias por eles obtidas.

Independentemente das suas origens , só me importa aqui revelar valores representativos dos tempos mais modernos, com facilidade encontra-se muitos e bons intérpretes do nosso fado.
A importância do nosso folclore também não é menos importante e não podia esquecer a importancia dos grupos de folclore, grupos musica tradicional e outros que praticam fusões baseadas nas nossas raízes  identificando-se mais ou menos com a região onde estão inseridos. Abençoados os que ajudam a manter vivas as tradições dos nossos antepassados. Portugal rural deita sonoridades típicas muito ricas e palavras que os nossos filhos têm o direito e o dever de conhecer e preservar.

NINGUÉM É OBRIGADO A OUVIR OU DIVULGAR AQUILO QUE NÃO QUER ,  MAS    GAITA ... SOMOS  PORTUGUESES E TEMOS QUE DEFENDER O QUE É NOSSO.

ACEITO SEMPRE CRITICAS DESDE QUE SEJAM CONSTRUTIVAS E PODEM COMENTAR OS MEUS TEXTOS .    OBRIGADO   

JOSE VIDAL COSTA

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A IMPORTANCIA DAS RAÍZES CULTURAIS


A importância das raízes culturais

A cultura é construída através do diálogo entre as pessoas no dia a dia.

É possível dizer que não se vive do passado, se vive do presente e do futuro. Porém, para se compreender as transformações pelas quais a cultura de um povo tem passado no decorrer dos tempos,  faz-se necessário conhecer como era antes no inicio de sua construção. Há que se estabelecer parâmetros para se poder definir em que aspectos a cultura foi transformada e em que grau.

Acredita-se que, não se deve pregar o isolamento cultural,  fechando-se em buracos. O individuo deve estar aberto e receptivel . Deve-se conhecer e experimentar as outras culturas como forma de valorizar a diversidade cultural dos povos e como enriquecimento cultural.

Supõe-se que, para conhecer e assimilar a história da construção da cultura de outros povos, deve-se primeiro conhecer a história da própria cultura, saber como se deu essa construção e como foi o processo de evolução e desenvolvimento da mesma. Só assim, pode-se conhecer e entender outras culturas. Conhecendo a própria cultura, o individuo compreenderá a importancia de mante-la viva na memoria, protege-la e valorizar a cultura como forma de preservar o que somos, nossas caracteristicas, nossa identidade.“proteger não significa defender o isolamento ou o fechamento ao diálogo com outras culturas, mas sim encontrar meios de promover a sua própria cultura”.
Entende-se neste texto que a vida tem sentido, em se tratando de identidade cultural, quando conhecemos nossas raízes, de onde viemos, quem somos e como somos. É preciso conhecer o inicio de tudo para entendermos as mudanças culturais que ocorrem no presente e que ocorrerão no futuro.
A partir destas considerações, acredito, que é um tema relevante que pode levantar reflexões e discussões que possam vir a contribuir com o despertar da consciência colectiva sobre a importância das raízes culturais. O resgate as raízes culturais de uma região poderá despertar no individuo a motivação e o interesse sobre a sua própria cultura, tornando-o um cidadão mais sensível e consciente da importância de suas raízes para preservação de sua história.
O patrimônio é a nossa herança do passado, com que vivemos hoje, e que passamos às gerações vindouras.

Do património cultural fazem parte bens imóveis tais como castelos, igrejas, casas, praças, conjuntos urbanos, e ainda locais dotados de expressivo valor para a história, a arqueologia, a paleontologia e a ciência em geral. Nos bens móveis incluem-se, por exemplo, pinturas, esculturas e artesanato. Nos bens imateriais considera-se a literatura, a música, o folclore, a linguagem e os costumes.
De: jose vidal costa


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

TRAJAR E A MODA


Moda é a tendência de consumo da actualidade. A palavra moda significa costume e provém do latim modus. É composta de diversos estilos que podem ter sido influenciados sob vários aspectos. Acompanha o vestuário e o tempo, que se integra ao simples uso das roupas no dia-a-dia. É uma forma passageira e facilmente mutável de se comportar e sobretudo de se vestir ou pentear.
 
"Embora tenham sido encontradas agulhas feitas de marfim, usadas para costurar pedaços de couro, que datam cerca de 40 000 a.C., ou mesmo evidencias de que o tear foi inventado há cerca de 9 000 a.C., só podemos pensar em moda em tempos muitos mais recentes. Ela se desenvolve em decorrência de processos históricos que se instauram no final da Idade Média (século XIV) e continuam a se desenvolver até a chegar ao século XIX.

A moda nos remete ao mundo esplendoroso e único das celebridades. Vestidos deslumbrantes, costureiros famosos, tecidos e aviamentos de ultima geração. Não nos leva a pensar que desde a pré-história o homem vem criando sua moda, não somente para proteger o corpo das intempéries, mas como forma de se distinguir em vários outros aspectos tais como sociais, religiosos, estéticos, místicos ou simplesmente para se diferenciar individualmente.

A moda passou por várias transformações, muitas vezes seguindo as mudanças físicas e principalmente sociais que ocorreram dentro de um determinado período.

A moda pode ser considerada o reflexo da evolução do comportamento. Uma espécie de retrato da comunidade. É uma linguagem não verbal com significado de diferenciação. Instiga novas formas de pensar e agir.

A moda é abordada como um fenômeno sociocultural que expressa os valores da sociedade - usos, hábitos e costumes - em um determinado momento. Já o estilismo e o design são elementos integrantes do conceito moda, cada qual com os seus papéis bem definidos.

As três primeiras e fundamentais necessidades do homem são o alimento, o traje e a casa. O acto de comer e o acto de se cobrir são insubstituíveis por qualquer outro tipo de produto. Todavia a casa pode ser suprida por um abrigo natural ou artificial. Durante milénios, as grutas e, posteriormente,a tenda constituíram para o homem primitivo e nómada uma forma de refúgio e de sobrevivência frente às condições atmosféricas e ao ataque dos animais. Nesta medida, pode afirmar-se que o traje constitui, na verdade, a segunda necessidade do homem, tendo sofrido ao longo dos tempos e, no nosso território, uma evolução muito lenta e progressiva.


Muito embora tenha sido nos climas tropicais que os adornos ganharam uma expressão de vestimenta, desconhecendo-se nessas áreas geográficas e, em tempos pré-históricos, o traje, os Neanderthais europeus e peninsulares de senvolveram adereços vários e contas, imitando os Sapiens Sapiens que executavam colares e amuletos mágicos, que penduravam ao pescoço.
A história e traje de um povo

A capacidade para criar símbolos provém dos nossos antepassados africanos, por via dos Cro-Magnon, de que o Homo Sapiens Sapiens descende. Nem o Mesolítico nem o Neolítico se desenvolvem universalmente nos mesmos tempos históricos, existindo discrepâncias no seu aparecimento nos diferentes continentes e regiões, razão pela qual o texto prosseguirá tendo como base a cronologia ibérica. De referir, sumariamente, que os deuses agricultores e criadores de gado vêm substituir os deuses dos caçadores 1. A tese da neolitização do centro litoral português, formulada por Zilhão, foi efectuada por colonização marítima, cuja economia se baseava no cultivo do trigo e da domesticação da ovelha, na manufactura de cerâmica e de pedra polida. Assim, o Algarve e o litoral entre Tejo e Mondego foram os locais de instalação dos primeiros agricultores do Ocidente, semelhantes aos das regiões de origem dos grupos pioneiros que espalharam o Neolítico pelo Mediterrâneo ocidental.
É nesta fase histórica que se desenrolam dois acontecimentos revolucioná -rios: a domesticação das plantas e  dos animais.  Estes eventos  vieram  permitir a passagem do nomadismo ao sedentarismo, visto que o homem deixou de estar sujeito à exaustão ou rarefacção de alimentos nos locais onde foi habitando.

A primeira necessidade humana, o alimento, passou a ficar potencialmente resolvida, na medida em que a solução para a recolha dos seus víveres lhe ficou acessível . A descoberta da agricultura foi, como se sabe, uma imensa revolução. Deveu-se ao acaso e foi obra da mulher.

Enquanto a verticalidade , é imutável, o rectângulo têxtil possui a ductilidade de ser horizontal, vertical e diagonal, de poder fazer um enrolamento, de serpentear a figura humana, de se enroscar nele e de o abraçar num gesto de amor, de protecção e de carinho materno e fêmeo. Manufacturaram-se e ainda se manufacturam rectângulos têxteis em todos os locais onde existem tecidos, mesmo quando a técnica não é a da tecelagem, mas a do pisar a casca de árvore até a tornar macia e fina, domável e adaptável às arredondadas e curvilíneas formas do corpo humano.  Os têxteis  estão sempre presentes em qualquer cultura e geografia, porque desde a mais alta antiguidade o homem necessitou de se proteger e de se vestir.



Mantas e tapetes provêm de uma remota parentela têxtil cuja múltipla função é ainda hoje detectável nos xailes, nas envoltas, nas capas e nas colchas, que têm a sua raiz no berço da civilização, a Mesopotâmia e, afinal, em todo o Médio Oriente, de que a civilização islâmica é a mais directa herdeira, na medida em que foi habitando, sempre e até hoje, os mesmos locais, manufacturando do mesmo modo e  com  idênticos  processos  manuais e artesanais esse saber milenar de fiar e de tecer, de tingir e ornamentar.

Foi preciso tempo, muito tempo, para se mostrar e se demonstrar que o crescente continuava a corresponder a um símbolo de unidade islâmica que permanece, até hoje, como uma importante raiz cultural portuguesa.


Escondida, escamoteada e rejeitada pelos fiéis defensores de uma fé, manteve-se subterrânea desde que foi oficial e manuelinamente, relegada como criminosa, desde o início do século XVI. Todavia, a envolvência muçulmana perseguiu o País, que mentiu a si próprio durante séculos, salvo algumas honrosas excepções, para se esquivar ao que lhe era natural.
Embora alguns pensadores, intelectuais e agnósticos, se afirmassem divergentes de uma ortodoxia que delineou a cronologia dos tempos ibéricos e portugueses, a plena afirmação da ancestralidade árabe nasce, ou melhor, floresce um dia em Mértola, no terceiro quartel do século XX, quando afincadamente um homem livre se apercebeu da relevância, da semelhança e do entrosamento entre o seu presente e o seu passado. Nesta vila alentejana, teima-se em afirmar, conservar e recuperar tudo o que é complementar da ascendência romana e cristã.


Relativamente ao traje, a respectiva evolução plurissecular segue os parâmetros ocidentais cristãos desde a Idade Média. Não se poderá esquecer que os pais da Pátria foram uma galega, D. Tareja, e um françês, o Conde D. Henrique. Esta origem indica, desde logo, o modo de trajar correspondente aos respectivos reinos cristãos que seguiam os padrões decorrentes de alguma evolução medieval sobre os últimos trajes romanos.
Até ao dealbar de uma frágil burguesia nos finais do século XIV, a sociedade dividia-se entre clero, nobreza e povo. O surgimento da moda ocorre, então, na corte da Borgonha e nas diversas cortes italianas do Quatrocento. A corte  de Lisboa, sobretudo a partir de D. Duarte, é fortemente influenciada pela borgonhesa, excepcionalmente ilustrada e documentada nos designados Painéis de S. Vicente, nomeadamente no painel do Infante e no painel dos cavaleiros. O traje medieval popular não distinguia, senão excepcionalmente, as vestes populares dos Portugueses, dos Espanhóis ou dos Franceses. De um modo geral, pode afirmar-se que, até à Revolução Francesa de 1789, este foi o padrão comum ao traje regional com singularidades, como por exemplo, no traje algarvio que foi seguindo formas de estar e de vestir dos mouros e sarracenos, de que adiante se tratará.


A cultura regional contém uma simbólica participada de que os indivíduos se revestem e paramentam para aderir e se dissolverem na comunidade. Há formas de vestir especiais e, muito especialmente, há formas de parecer de festa e de trabalho. Significam uma forma material de acentuar e exprimir o ritual do quotidiano e o ritual em que toda a comunidade se faz engalanar e se ornamenta em dias eleitos pela mesma comunidade.

Acontece assim, por exemplo, com o traje da mordoma do Minho e com a capa de honras de Miranda, que são emblemas culturais da região porque representativos de uma herança cultural. O traje do pastor da Serra da Estrela ou o dos pescadores da Póvoa de Varzim são, na mesma ordem de ideias, a assunção da função para que foram imaginados, o pastoreio e a pesca.

Em primeiro lugar, estas formas de vestir não são sempre populares, no sentido de serem usadas pelas camadas mais baixas da população. Parece, portanto, que a classificação de regional é a mais adequada, pois olha o traje como um dos elementos que compõem uma cultura ligada a um espaço e que reflecte uma mentalidade e uma tradição.


Todavia, há a salientar e a atender que este tipo de indumentária é usado em dois segmentos essenciais da vida em sociedade: o quotidiano e os momentos ou dias especiais, que se integram numa actividade socialmente englobante e que se designa genericamente por festa. A festa domina, contribui e exalta sentimentos de ordem vária que congregam toda uma comunidade para se expressar de uma forma única e, frequentemente, original. Ao analisar o traje regional, há que reconhecer que este é um elemento fundamental de distinção no conjunto de itens que compõem o sentido da festa, para melhor entender esta indumentária especial e, posteriormente, atender ao modo de vestir do quotidiano, liberto de excessos e de sobrecargas ornamentais.